Aquele tão sonhado cochilo após o almoço não é só um descanso cobiçado. Faz muito bem à saúde e ,inclusive, previne doenças. Um estudo suíço recente mostrou que o sono à tarde reduz os riscos de estresse e de doenças cardiovasculares, como infarto. Mas os benefícios não param por aí. Eles se estendem ao rendimento da pessoa durante o dia.
O médico Tiago Felipe Vasconcelos Gonçalves, otorrinolaringologista com ênfase em Medicina do Sono, explica que a pesquisa acompanhou mais de 3.400 pessoas por mais de 5 anos. “Esses indivíduos tiveram menos eventos de infarto e acidente vascular cerebral (AVC) do que aqueles que não tiveram o cochilo”, explica o médico.
Esse cochilo é muito importante para manter o alerta e a vigília atenta no período da tarde. De acordo com o especialista, um grande fator que influencia o sono e também a atenção é a temperatura corporal central, que tem dois picos de queda. “Ela é mais baixa por volta de 3 e 5 horas da manhã, que coincide com o sono R.E.M (Rapid Eye Movement), que é a fase que estamos bem relaxados, mexendo os olhos e sonhando. E depois, por volta de 13h30, 14h, ela tem uma outra queda. Essa queda é fisiológica, independentemente de você ter ou não almoçado. E isso acaba prejudicando os nossos reflexos”, detalha o otorrinolaringologista.
O tempo estimado para a soneca pós-almoço é de 40 minutos. Em países como Espanha e Itália é bastante comum encontrar o comércio fechado no início da tarde justamente para que os funcionários e empresários tirem um cochilo, que é chamado de sesta.
Dormir após o almoço não é sinônimo de preguiça, e sim uma recomendação médica. Para o especialista em sono, o ideal seria que todo mundo tirasse esse cochilo. “Do ponto de vista fisiológico sim, mas do ponto de vista prático, a gente sabe que a minoria das pessoas vai ter essa possibilidade”, diz o médico.
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