
A combinação de temperaturas acima da média histórica em Minas Gerais e a presença de água parada mesmo em períodos de seca pode ter contribuído para que o mosquito Aedes aegypti tenha encontrado, em 2019, condições ideais de reprodução, mesmo nos meses em que, tradicionalmente, o vetor costumava desaparecer do mapa.
A mudança climática, com termômetros marcando, em média, 1,7°C a mais que o registrado em anos anteriores, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), coincide com a instalação de uma epidemia de dengue que caminha para ser a pior da história no Estado.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde, registrados até 18 de novembro, revelam que, por dia, em média, 1.505 pessoas foram contaminadas pela dengue neste ano em Minas. Especialistas atribuem o grande número de casos principalmente à reintrodução do sorotipo Den-2, que não circulava havia anos no país. No entanto, a epidemia de 2019 teve uma característica peculiar: em dez anos, esta é a primeira vez que os registros de dengue atingem o ápice entre abril e maio, meses em que, historicamente, o surto costuma perder força.
“Essa epidemia foi prolongada, provavelmente, porque a temperatura permitiu isso. Pode ser um reflexo do clima”, analisa Mauro Martins Teixeira, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Dengue (INTC em Dengue), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em maio deste ano, por exemplo, a temperatura no território mineiro ficou 1,5°C acima da média histórica, que é de 25,8°C. “Essa variação faz grande diferença no clima”, garante o meteorologista do Inmet, Claudemir de Azevedo. Naquele mês, mais de um terço dos municípios mineiros enfrentou alta incidência de dengue, e o número de casos foi 324% maior que o registrado no mesmo período de 2016, ano em que, mesmo tendo ocorrido a pior epidemia da história, os termômetros marcaram 0,5°C a menos no mês de maio.
Também foi a primeira vez, desde 2010, que Minas teve mais de 1.500 casos da doença em setembro e em outubro, meses que registraram, respectivamente, 2,6°C e 2,9°C a mais que a média histórica.
O cenário observado em 2019 é o oposto do que é necessário para cessar o ciclo de reprodução do Aedes, que, segundo o coordenador do INTC em Dengue, não consegue sobreviver em temperaturas abaixo dos 16°C.
Para Teixeira, enquanto pesquisadores não encontram uma solução definitiva para combater a dengue, é preciso manter o combate diário ao mosquito. “Temos que evitar a água parada. Por enquanto, é o que podemos fazer”, conclui.
Vacina é testada em voluntários na capital
Pesquisadores do Instituto Butantan monitoram 1.080 moradores de Belo Horizonte e da região metropolitana que se apresentaram como voluntários para testar uma vacina que, em tese, será capaz de proteger contra os quatro sorotipos da dengue. Após receber a dose da medicação, o grupo será acompanhado por cinco anos.
“Já são 20 anos de estudos, que começaram com os testes em cobaias. Agora, estamos na terceira e última fase. Depois de aplicar a vacina em humanos, vamos verificar a possibilidade do surgimento de efeitos adversos e a eficácia da vacina”, explica a coordenadora do estudo em Minas, Lísia Esper.
Cerca de 17 mil voluntários foram vacinados em todo o país. Após a conclusão da terceira fase da pesquisa, a vacina será submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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