
Hoje é o desafio da rasteira. Ontem, foi o jogo da baleia azul. Um tempo atrás, o terrível contato da boneca Momo por WhatsApp. E ainda teve o também chamado jogo do enforcamento, da asfixia ou do desmaio. Não importa a cronologia, menos ainda os nomes. A verdade é que a cada ano, o que, assustadoramente, adolescentes e crianças chamam de “brincadeira”, a realidade mostra que comportamentos de risco com origem, quase sempre, na internet são atitudes que colocam fim a vidas.
Ações que causam não só sequelas graves, mas levam à morte. O que está ocorrendo? Por que arriscar tanto? Por que a vida tem valido tão pouco ou nada? É hora de apontar culpados? Onde estão os pais? Qual o papel da escola? Como tem agido a família? E a rede de saúde, que papel tem? Muitas perguntas para respostas ainda sendo formuladas.
Inez Lemos, psicanalista, mestre em educação e autora do livro "Pedagogia do consumo – Família, mídia e educação", da Editora Autêntica, enfatiza que “o mais importante é pontuarmos que toda violência é uma intervenção no real, uma encenação de algum desconforto, uma forma de denunciar uma insatisfação. Quando a palavra é sufocada, o sujeito passa ao ato. O que esses jovens estão querendo revelar, explicitar por meio de brincadeiras violentas? Medo? Insegurança? Tédio? Contudo, sabemos que quando estamos achando a vida sem sentido, buscamos nos salvar com os recursos que temos. Parece que a pulsão de vida está, nesse particular, perdendo pela pulsão de morte. Um bom quebra-cabeça aos pais e educadores”.
"Se os pais forem viciados em celulares, se não se preocupam com o tempo que os filhos ficam agarrados às telas, dificilmente irão conseguir depois disciplinar. É um absurdo as crianças não serem submetidas a uma disciplina em relação ao uso das tecnologias"
Inez Lemos, psicanalista e mestre em educação
Sobre o risco das redes sociais, para Inez Lemos cabe aos pais a vigilância sobre o uso dos filhos frente às telas: “Mas isso é algo que deve ser regulamentado desde criança. Se os pais forem viciados em celulares, se não se preocupam com o tempo que os filhos ficam agarrados às telas, dificilmente vão conseguir depois discipliná-los. É um absurdo as crianças não serem submetidas a uma disciplina em relação ao uso das tecnologias. Educar implica regular, restringir, frustrar, interditar e reprimir.”
A psicanalista e mestre em educação Inez Lemos alerta para a responsabilidade dos pais e diz que a pior educação é a omissa
Jane Patricia Haddad, mestre em educação, pedagoga e psicanalista, ressalta o fato de a violência estar banalizada na sociedade atual (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Emanuela Medeiros, de 16 anos, morreu de traumatismo craniano após levar rasteira em escola no Rio Grande do Norte (foto: Arquivo Pessoal/Reprodução da Internet)
A psicanalista e psicopedagoga Renata Feldman alerta para o perigo da banalização de casos como esse nas redes sociais (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
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