Com diversos governos do mundo fechando suas fronteiras diante da pandemia do novo coronavírus, os governos de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai decidiram nesta quarta-feira (18) atuar conjuntamente para tentar repatriar cidadãos do Mercosul (bloco que reúne esses quatro países).
O tema foi discutido em videoconferência do presidente Jair Bolsonaro com seus contrapartes Mario Abdo Benítez (Paraguai) e Luis Lacalle Pou (Uruguai), além do chanceler argentino Felipe Solá.
A ideia é que as autoridades dos quatro países se coordenem e se ajudem nesse esforço, tanto nos contatos com governos para conseguir a permissão para a retirada de turistas ou outras pessoas que tenham ficado presas com o fechamento das fronteiras, quanto na logística de compartilhamento de eventuais voos ou transportes terrestres que sejam realizados.
O primeiro passo da estratégia adotada é levantar quantos são e onde estão os cidadãos desses quatro países que querem retornar para suas casas.
Segundo interlocutores relataram à reportagem, há consulados brasileiros sobrecarregados com pedidos de auxílio para regresso.
Só no Peru o Itamaraty estima que haja 3.770 turistas brasileiros querendo voltar ao país.
Na videoconferência, Bolsonaro e as autoridades dos demais países do Mercosul também trataram da necessidade de cooperação em cidades de fronteira, que em muitos casos não têm linhas claras ou controles na separação entre um país ou outro.
Também discutiram a possibilidade de utilizar fundos regionais para auxiliar no combate à doença. É a segunda videoconferência de líderes da América do Sul que ocorre em menos de uma semana. Na segunda (16), líderes sul-americanos fizeram uma videoconferência para discutir a emergência sanitária causada pela Covid-19. Bolsonaro não participou, e o Brasil foi representado pelo chanceler Ernesto Araújo.
"O Itamaraty -em Brasília e pelas Embaixadas e Consulados no exterior- está trabalhando com total prioridade para viabilizar, em coordenação com outros órgãos, o retorno ao Brasil dos viajantes brasileiros que enfrentam dificuldades em países estrangeiros por restrições ligadas ao coronavírus", escreveu Araújo, em uma rede social, no início da tarde.
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