Um ônibus da empresa Alcino Gonçalves Cotta, que faz a linha Capim Branco/Belo Horizonte, que estava com oito passageiros, foi impedido pela Guarda Civil Municipal de entrar em Belo Horizonte nesta terça-feira (14).
A medida faz parte do decreto do prefeito Alexandre Kalil (PSD) que proíbe a circulação de transportes coletivos de cidades onde não há totalidade no isolamento social para prevenir a disseminação do coronavírus. No entanto, Capim Branco não autorizou a reabertura do comércio, portanto, o ônibus foi bloqueado erroneamente.
Uma Técnica em Radiologia, que trabalha no Hospital João XXIII, e depende do transporte todos os dias, questionou a decisão. "Gostaria de uma posição das autoridades relacionadas à questão dessa proibição. Trabalho na área da saúde e sou linha de frente no Combate ao COVID-19. Não somente eu, mas outros profissionais da área que trabalham em BH ficarão impossibilitados de trabalhar ou voltar do trabalho. Como fica? Queremos essa resposta", questionou Rafaele Melo, moradora de Matozinhos.
O coletivo, que foi abordado na Avenida Cristiano Mạchado, teve que retornar para Capim Branco foi abordado na Avenida Cristiano Machado. Duas passageiras passaram mal, foram socorridas e levadas para o Hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova.
Em nota, a empresa Alcino Gonçalves Cotta informou que a partir desta quarta-feira, dia 15, todos os horários da linha rodoviária (Partidas de Capim Branco com destino à Rodoviária de BH) serão suspensas, até segunda ordem.
A Prefeitura Municipal de Capim Branco emitiu a seguinte nota: "A Administração Municipal de Capim Branco tomou conhecimento sobre a proibição da entrada dos ônibus da empresa Alcino Cotta em Belo Horizonte. Todavia, todas as medidas de enfrentamento ao coronavírus, bem como os decretos municipais que suspendem o funcionamento de comércios, continuam vigentes em nossa cidade. Porém, por se tratar de um transporte público que atende demais cidades com medidas diferentes, infelizmente, aconteceu essa proibição. Salientamos que, em Capim Branco, apenas as atividades essenciais para suprir as necessidades de excepcional interesse público continuam em funcionamento e todos os decretos de combate e prevenção ao coronavírus continuarão vigentes".
Os representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de BH (Sintram) foram acionados pela empresa Alcino Cotta, responsável pelo ônibus de Capim Branco, e registraram boletim de ocorrência para que seja verificada a legalidade da ação. "O Sintram vê com muita preocupação essa atitude, uma vez que vários municípios da RMBH são praticamente cidades dormitórios. Para muitos trabalhadores que moram nesses municípios o único meio de locomoção é o transporte público. Tem técnico de enfermagem, enfermeiros e vários outros profissionais da área de saúde e outros serviços essenciais que moram nesses municípios", alegou o gerente de operações do Sintram, Marcos Negraes.
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