Do desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos a soluções para garantir o distanciamento social no cotidiano, a criatividade tem sido preciosa no combate à pandemia. Neste momento, pesquisadores e empresas desenvolvem novas soluções para a prevenção contra a Covid-19, como o professor de design que pretende entregar milhares de máscaras “face shields” a um hospital e a startup que desenvolveu um tipo de relógio que mede a distância entre as pessoas.
As máscaras “face shields” (aquelas em que um plástico é posicionado sobre o rosto da pessoa) que foram desenvolvidas pelo professor de design da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marcelo Pinto surgiram da necessidade. Em apuros pela dificuldade em conseguir os equipamentos, a equipe do Hospital João XXIII, na área hospitalar de Belo Horizonte, o procurou para saber se ele conseguiria produzir as máscaras a partir de impressão 3D, com a qual ele lida há 15 anos.
“Temos três impressoras na Escola de Arquitetura da UFMG, e duas estavam com problema por falta de recursos”, conta o professor. Junto a Humberto Zangueri, um aluno voluntário – já que o projeto ainda não conta com nenhuma bolsa de auxílio –, ele vasculhou a oficina da escola em busca de materiais e usou sucata de aço inox para produzir a estrutura de suporte das máscaras. Desse processo, resultaram cerca de 20 peças, que foram repassadas ao hospital.
Com a doação de inox por uma empresa, que deve se concretizar em breve, o professor acredita ser capaz de entregar cerca de 2.500 suportes de máscara para o João XXIII em até duas semanas. O diferencial das peças dele é que se adaptam a qualquer tipo de visor, o que é importante, já que o hospital recebe doações de vários formatos deles. Outro diferencial é o custo de produção: levando em conta apenas os materiais, cada item sai por R$ 5, e ele acredita que podem ser vendidos por até R$ 20, se forem comercializados.
A tecnologia foi registrada, e a UFMG vai receber pela venda dela, caso ocorra. “As universidades estão tendo oportunidade de mostrar um movimento que vinha acontecendo antes da pandemia. É histórico achar que estudar não leva a nada e que professor não trabalha, mas as universidades estão mostrando a capacidade que têm”, resume Marcelo.
Startup de BH desenvolve “relógio” que mede distanciamento
Com sede no bairro Floresta, na região Leste de BH, a startup Logpyx desenvolveu a Aura, tecnologia que permite medir a distância entre as pessoas em uma empresa e avisar por onde o funcionário passou e com quem teve contato, caso ele acabe sendo diagnosticado com Covid-19.
Funciona assim: uma espécie de chip é colocada em um tipo relógio, capacete ou na roupa dos funcionários de uma empresa e se conecta a uma rede de internet interna do local. O aparelho indica onde as pessoas estão e, caso elas se aproximem, por exemplo, a partir de 2 m uma da outra, emite um sinal – que pode ser uma vibração ou um sinal luminoso no relógio delas.
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