O celular da estudante de odontologia Najhara de Mello, 36 anos, moradora de Brasília, vibrou às 10h39 dessa quarta-feira (17/3) com uma notificação. Assunto do e-mail: “Solicitação de vestuário apropriado”. Ao abrir a mensagem, Najhara se deparou com um texto assinado por um suposto “Conselho de Mulheres do Edifício (ela preferiu não divulgar o nome do condomínio)”.
A pessoa que escreveu o e-mail reclama do uso de “roupas de academia” e “shortinhos” pela estudante, pois casais estariam se sentindo “constrangidos”. “Quando vi aquilo, eu não acreditei. Fiquei chocada e me sentindo invadida. Mesmo que eu andasse com roupas tão curtas, como foi sugerido, – coisa que, de fato, não ocorre – , é direito meu. Eu não desrespeito ninguém”, afirma.

Após receber a mensagem, a estudante procurou funcionários do prédio para saber se aquele era um comportamento comum. Ela ainda não conseguiu contato com o síndico, mas os porteiros desconhecem a existência de um conselho de mulheres no edifício. “O que mais me choca é a possibilidade de existir esse conselho e de ele ser formado por mulheres. Imagino a proporção que algo assim pode tomar, em termos de controle sobre o corpo alheio. São pessoas que não enxergam a mulher, mas um objeto”, diz.

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