A Câmara de Sete Lagoas se uniu a várias entidades e órgãos e realizou, pela primeira vez, uma Reunião Especial para debater e promover a conscientização contra a violência doméstica. A ação reforça a importância da campanha Agosto Lilás que busca informar e conscientizar para diminuir os casos. A relevância da sessão se respalda no número de eventos de violência contra as mulheres sete-lagoanas. Só no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Polícia Civil, foram 1.831 registros.
Engajada nas causas femininas, a vereadora Carol Canabrava (Avante) foi quem requereu e presidiu a sessão. Várias lideranças femininas, de diversos segmentos, estiveram representadas e puderam acrescentar. Mulheres vítimas de violência deram testemunhos fortes e reforçaram o encorajamento para que mais mulheres possam sair da escuridão e denunciar qualquer que seja o abuso, que vai de psicológico ao físico.
Mulheres representantes da segurança pública, do direito, da psicologia, e de movimentos feministas da cidade tiveram a oportunidade de falar e contribuir. A troca de experiências, algumas dolorosas por conta das agressões, faz com o que debate e políticas públicas avancem na tentativa de conter os casos de agressões.
Vários parlamentares que participaram não esconderam a vontade de trabalhar na causa. Junior Sousa (MDB), por exemplo, sugeriu debates mais recorrentes. “Trazer para a pauta essa discussão neste mês é muito importante. É um marco de discussão e que esse tema seja discutido pelo menos uma vez por mês. Que não esperemos um mês específico”.
A organização e envolvimento de todas na causa despertou a atenção de Heloísa Frois (Cidadania). “Como mulher e pessoa que atua em vários segmentos da sociedade nunca vi tantos grupos e pessoas envolvidas querendo mais ações contra a violência doméstica. Temos que construir uma agenda fixa para articular as ações que precisamos”, defendeu.
Quem também se colocou à disposição foi Ivson Gomes (Cidadania). “Quero lutar pela dignidade do ser humano, especialmente pelas mulheres. Como conselheiro tutelar já vi vários casos de dignidade dilacerada e precisamos lutar por esse reestabelecimento. Um homem que agride uma mulher não tem caráter”, se posicionou.
Por fim, Janderson Avelar (MDB) destacou que “é necessário fortalecer políticas públicas sobre o tema”. Nesse sentido, Carol Canabrava elencou propostas de sua autoria que tratam de ações que visam coibir a violência doméstica. Uma delas é o projeto do sinal vermelho na mão "que serve para comunicar no comércio que a mulher é vítima de violência para que o atendente saiba que ali tem uma vítima”. O APL já foi aprovado em Plenário.
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