Cinco meses após o anúncio de instalação da fábrica da Heineken em Passos, no Sul de Minas, a cervejaria ainda aguarda a conclusão do processo de licenciamento ambiental para o start definitivo das obras na área escolhida. Os principais entraves estão relacionados ao volume de água que vai ser necessário para abastecer o empreendimento – 475 mil litros por hora -, e compensações para mitigar os impactos de cortes de vegetação que precisarão ocorrer no bioma Mata Atlântica.
A pauta ambiental, inclusive, foi a responsável pela mudança nos planos da empresa holandesa ao deixar Pedro Leopoldo, na Grande BH – escolha inicial para construção da fábrica em Minas. O prefeito da cidade, Diego Oliveira, citou que algumas atividades já estão sendo realizadas no terreno. “O que não depende de licenciamento eles já estão trabalhando. Acredito que agora no começo de outubro já tenha o licenciamento”, disse.
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o projeto da Heineken foi protocolado em agosto e se enquadra na Classe 4, tendo um potencial poluidor de médio e grande porte. A pasta informou que a captação da água a ser utilizada pela cervejaria vai ocorrer no Rio Grande, principal manancial para o abastecimento público da região. O volume total, de acordo com o informado pela empresa à Semad, vai ser de 475 mil metros cúbicos por hora.
Na conversão para litros, o valor total chega a 11,4 milhões em único dia. No entanto, conforme a secretaria, a vazão na área em que será feita a captação no rio é “160.000 vezes maior que a necessária para a fábrica, não havendo, portanto, risco de desabastecimento na região”, argumentou a Semad sem informar qual o valor exato de vazão no trecho.
Conforme a prefeitura, a captação de água pela empresa vai ser feita antes da Usina Hidrelétrica de Furnas. A projeção é de que a cada três litros de água retirados do rio, um vai virar cerveja e os dois restantes vão retornar ao manancial devidamente tratados.
Mín. 18° Máx. 31°