As mãos juntas recolhendo as pernas e o sorriso amistoso sob o chapéu são marcas das boas-vindas que a estátua do Juquinha dá aos viajantes que chegam à Serra do Cipó. Neste distrito de Santana do Riacho, a 100 quilômetros de Belo Horizonte, o monumento que por 36 anos alegrou turistas retratando a simplicidade de um dos personagens populares mais famosos da região agora clama silenciosamente por socorro.
São visíveis e generalizados os danos que a escultura sofreu com o passar dos anos e a falta de manutenção, incluindo ataques de vândalos. Um projeto de restauração foi aprovado nas leis de incentivo à cultura federais, mas ainda precisa de um patrocinador e de um ajuste entre o poder público e a comunidade. Enquanto isso, a figura gigantesca do simpático ermitão que povoa o imaginário de moradores e turistas vai se degradando em silêncio.
Esse símbolo da Serra do Cipó erguido em um dos cumes da região conhecida como Alto Palácio retrata em cimento e tinta branca um andarilho da região das cachoeiras, que colhia sempre-vivas e outras flores dos campos rupestres, confeccionando buquês e oferecendo-os a visitantes que percorriam a rodovia MG-010.
Agora, a estátua é que precisa de acolhida. A escultura do Juquinha já perdeu o dedão da mão direita; uma fenda se abriu em uma das pernas, enquanto as beiradas do chapéu se quebraram. Nos braços, há buracos com mais de um dedo de largura e profundidade. O paletó também exibe avarias e trincas.