As irregularidades na construção da ETA (Estação de Tratamento de Água), do SAAE situada na cidade de Funilândia (MG), novamente ganharam destaque na imprensa Sete-lagoana.
Em entrevista a uma rádio local, o Diretor Financeiro, Geraldo Donizete, expôs de forma objetiva a “herança maldita” deixada no SAAE pela gestão passada o ex-prefeito Márcio Reinaldo. Segundo ele, a administração passada, deixou de pagar contas importantes como IGAM e de energia da CEMIG, valores hoje que somente de energia ultrapassam 28 milhões de reais, o SAAE precisou renegociar a dívida e hoje paga mais de 1 milhão de reais por mês, somente em energia devido os juros de dívidas passadas.
Inadimplência
O alto índice de inadimplência também parecia não ser preocupação da gestão passada, no início do governo Leone Maciel, a inadimplência encontrada no SAAE ultrapassava 27%, hoje a Autarquia tem em média 7% de inadimplência. Uma força-tarefa foi criada e o setor de fiscalização priorizou as grandes empresas e grandes consumidores da cidade. Para os clientes de baixa renda, o SAAE renegociou as dívidas em até 60 meses para facilitar o usuário e por fim nas pendências de dívidas acumuladas.
Folha de pagamento
Segundo Geraldo Donizete, a folha de pagamento do SAAE hoje chega a 42% da arrecadação da Autarquia, ele disse ainda, que esta semana esteve em reunião com o Sindágua, sindicato que representa a categoria dos servidores, e que na oportunidade, o Sindágua pediu a direção do SAAE que não haja demissões, pedido que foi aceito até o mês de dezembro, mas, Geraldo Donizete foi categórico em afirmar que infelizmente
é preciso acontecer demissões no SAAE.
Problemas da ETA
Em entrevista, Geraldo Donizete também criticou a obra da ETA, segundo ele, a obra que custou 170 milhões foi construída com falta de planejamento e com estruturas já comprometidas. Segundo o Diretor Financeiro, coisas estranhas aconteceram durante a construção da ETA. “Foram instalados equipamentos usados e o SAAE pagou como equipamentos novos, documentos comprovam isso e várias irregularidades.
Ao ser perguntado sobre uma possível CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), Geraldo Donizete disse que a criação de uma CPI é dever do Legislativo e não do Executivo. Ele disse ainda,que o papel do executivo foi feito, enviando todas as irregularidades que foram detectadas aos Ministérios Públicos Estadual, Federal e também ao BNDES.
“O maior reservatório construído pelo PAC água situado no bairro Montreal II, tem capacidade para dois milhões e meio de litros de água, ele hoje trabalha com a metade de sua capacidade devido erro de construção, as adutoras da ETA tem em média seis vazamentos diários, obras realizadas por empreiteiras”, Disse Geraldo Donizete.
A ETA produz 8 milhões de litros de água tratada e de ótima qualidade para Sete Lagoas, dois químicos são responsáveis pelo monitoramento da qualidade da água tratada. Com a operação da ETA os poços artesianos que possuem grande quantidade manganês foram desativados, acabando com o problema de água suja na cidade.
Durante a entrevista, o entrevistador Geraldo Padrão que já foi vereador na cidade, cobrou atitude da Câmara de vereadores em relação ao problema e desafiou a Câmara pedir uma CPI da ETA. O posicionamento do deputado Douglas Melo também era o mesmo, segundo ele, uma obra de 170 milhões tem que ser investigada até chegar aos culpados que para ele, os desfalques se equiparam a um prêmio da Mega-Sena no bolso de alguém.
Mesmo com as irregularidades e diante das dificuldades encontradas, a direção do SAAE vem cumprindo seu papel, buscando um Saneamento de qualidade para a população de Sete Lagoas, hoje o SAAE é completamente dependente da operação da ETA, disse Geraldo Donizete.
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