Quem tem enxaqueca sabe como é difícil fazer a dor de cabeça ir embora. Pois um novo remédio batizado de erenumabe acaba de se mostrar eficaz no controle das crises – e com a grande vantagem de apresentar poucos efeitos colaterais.
Aplicado via injeção, ele cortou pela metade esses momentos de tortura em voluntários com uma média de oito crises de enxaqueca por mês. O resultado foi obtido pelos pesquisadores do King’s College de Londres, que analisaram 955 pacientes.
Na investigação, dois terços dos participantes tomaram injeções mensais do medicamento, enquanto o restante ficou no placebo. Quatro meses depois, o grupo que levou as picadas com a nova molécula viu a ocorrência das crises cair para menos de quatro a cada 30 dias. Além disso, o impacto dessas ocorrências na qualidade de vida diminuiu significativamente, o que sugere uma menor intensidade.
“Para quem está acostumado com o sofrimento desses indivíduos, é um avanço animador”, comenta Fernando Kowacs, neurologista que coordena o Departamento de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia. A novidade é ainda mais comemorada, porque, no momento, não existem remédios específicos para a enxaqueca.
“Hoje, quem tem um quadro crônico deve tomar medicações feitas para outros problemas, como epilepsia, depressão e até doenças cardíacas”, explica Kowacs. “Elas funcionam, mas podem ter efeitos colaterais importantes”, arremata.
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