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Folia sem desperdício: catadores trabalham no Carnaval e movimentam indústria da reciclagem

Além da indústria, que reabsorve esses produtos e consegue aumentar os lucros, os cerca de 400 catadores que trabalham nas ruas comemoram a oportunidade de ter uma renda extra

04/03/2019 às 16h00
Por: Redação
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Na Asmare, todo material coletado em Belo Horizonte passa por um processo de seleção antes de ser vendido às indústrias do seto
Na Asmare, todo material coletado em Belo Horizonte passa por um processo de seleção antes de ser vendido às indústrias do seto

Além de aquecer o comércio e garantir a ampliação da ocupação em hotéis, apartamentos e hostels em Belo Horizonte, o Carnaval deixa otimista também a indústria da reciclagem na capital mineira.

Somente em latinhas, devem ser recolhidas neste ano 8 toneladas, o dobro do contabilizado após a folia do ano passado, conforme a rede Cataunidos. Considerando garrafas pets e copos plásticos, o total de material reciclável coletado pode chegar a 12 toneladas. 

Além da indústria, que reabsorve esses produtos e consegue aumentar os lucros, os cerca de 400 catadores que trabalham nas ruas comemoram a oportunidade de ter uma renda extra. 

“É um momento histórico, porque vários desses catadores foram contratados pela prefeitura de Belo Horizonte para fazer a coleta, o que torna o trabalho mais formal”, afirma Vilma da Silva Estevam, presidente da Cooperativa dos Trabalhadores e Grupos Produtivos da Região Leste (Coopersol Leste) e mobilizadora da rede Cataunidos. 

Cada catador recebe, em média, R$ 4,50 pelo quilo da lata de alumínio, o equivalente a 74 unidades. Já os autônomos, que não foram contratados pela prefeitura, devem ganhar cerca de R$ 3,50. Garrafas pet (R$ 2,80), copinhos de plástico (R$ 0,80) e vidro (R$ 0,07) valem menos, mas também serão reaproveitados. 

Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a lata de alumínio é o material reciclável com maior valor agregado. O preço pago pela indústria por uma tonelada é, em média, de R$ 4 mil.

Em 2017, 97,3% do total das latas de alumínio disponibilizadas no mercado brasileiro foram recicladas, o equivalente a 295,8 mil toneladas. Conforme a Abralatas (Associação Brasileira de Produtores de Lata de Alumínio para Bebidas), o índice se mantém acima dos 90% desde 2004, colocando o país entre os líderes mundiais da reciclagem dessa embalagem.

Indústria
Para Guilherme da Mata Zanforlin, analista ambiental e especialista em resíduos sólidos do Sistema Fiemg, eventos como o Carnaval ajudam a movimentar ainda mais a indústria de reciclagem.

“Os eventos de grande concentração de público, como o Carnaval, fomentam o setor, pois geram aumento da receita dos catadores e das cooperativas, além de garantir mais matéria-prima para a indústria”, afirma 

Segundo ele, a reciclagem também gera economia. O processo de reaproveitamento do alumínio, por exemplo, consome apenas 5% da energia elétrica necessária para produzir a mesma quantidade de alumínio pelo processo primário. 


Em 2018, 70% do material reciclável foi parar no aterro

A boa expectativa do setor de reciclagem neste ano é fruto da reorganização do que não deu certo no ano passado. 

Conforme a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare), 70% do lixo reciclável descartado pelo folião em 2018 foi parar no aterro de Macaúbas, em Sabará. 

“Faltou a participação da SLU para ajudar a recolher o lixo e conscientizar o folião”, afirma Alfredo de Sousa Matos, conselheiro fiscal da Asmare. 

Segundo ele, é importante que o material seja descartado em lixeiras ou entregue direto aos catadores, para facilitar o trabalho. 

“Se o lixo ficar todo espalhado pelo chão da cidade, fica quase impossível para os catadores darem conta de recolher tudo”, diz ele. 

Neste ano, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) decidiu participar para evitar que o desperdício se repita. 

Cerca de 130 trabalhadores de cooperativas foram contratados para a coleta de papel, metal e plástico nos blocos Havayanas Usadas, Garotas Solteiras, Pisa na Fulô, Juventude Bronzeada, Ordinários, Volta Belchior, Quando Come se Lambuza, Bloco da Calixto, Pacato Cidadão, Angola Janga, Alô Abacaxi e Unidos do Barro Preto. 
A SLU também instalou 16 contentores para coletar recipientes de vidro, uma medida preventiva para garantir a segurança dos foliões. 

Desde 23 de fevereiro, quando começaram os pré-carnavais, cerca de seis toneladas de vidro já foram coletados. Todo o material será doado às cooperativas.

Conforme a PBH, além de girar a economia e gerar empregos, o material reciclável é capaz de prolongar a vida útil do aterro sanitário e gerar redução do gasto público.

“Isso implica no aumento da vida útil do aterro e em economia com os gastos com a limpeza urbana. O material reciclável também gera renda e emprego para muitas famílias carentes”, afirmou a SLU, por meio de nota. 

Por Rafaela Matias - Hoje em Dia

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