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Ato lembra os 90 desaparecidos na tragédia da Vale em Brumadinho

O sentimento do luto ainda não pode ser vivenciado por parentes que ainda não conseguiram sepultar seus familiares

25/03/2019 às 14h38
Por: Redação
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Foto: Mariela Guimarães
Foto: Mariela Guimarães

Sob chamada dos nomes das cerca de 90 pessoas desaparecidas na tragédia da Vale, familiares das vítimas ainda do rompimento da barragem I da mina do Córrego do Feijão, respondiam emocionados, "presente, presente, presente" em ato organizado nesta segunda-feira (25).

Passados exatos dois meses do desastre que, de acordo com a Polícia Civil, matou 214 pessoas, o sentimento do luto ainda não pode ser vivenciado por parentes que ainda não conseguiram sepultar seus familiares. A aposentada Raimunda Luiza Altino, 65, perdeu o filho caçula, o mecânico João Paulo Altino, 36.

"Ele ficava na Vale de segunda a sexta. No domingo, antes da tragédia, tomamos nosso último sorvete. Ele estava e era muito feliz. Na quinta nos falamos por telefone e eu não sabia que seria a última vez. É um sofrimento que não acaba. Dinheiro nenhum vai trazer meu menino", disse emocionada.

Vestida com as roupas de trabalho do marido, cujo corpo foi encontrado na última sexta-feira (22), Shirley Aparecida Oliveira, 39, protestava pela morte do soldador Josué Oliveira da Silva, 27. "Essa empresa é assassina. Eles sabiam. Tiraram dele e de mim todos os sonhos: o de ter filhos, de ter nosso negócio. Dia 2 de fevereiro faríamos um ano de casados. Tudo o que sonhamos foi consumido pela lama. Sei bem o que é a dor da incerteza, de não ter ao menos um corpo para enterrar, pois fiquei quase dois meses sem a resposta de onde estava o Josué", afirmou.

Lágrimas e revolta fazem parte do cotidiano da técnica em meio ambiente Ivone Ferreira, 60. Dos cinco familiares que morreram no desastre, entre primos e sobrinhos, dois ainda seguem .

"Meu Deus, é uma agonia sem fim. Quatro eram da Vale e uma estava cumprindo aviso na pousada, estava treinando a mocinha que ficaria no lugar dela. Por pouco, eu também não morri. Não sou da Vale, mas trabalho perto da via férrea e só não estou debaixo da lama porque estou em tratamento. Eles sabiam da tragédia desde a quarta que antecipou o rompimento. Eu, como técnica em meio ambiente sabia que aquilo ia cair. Por que não deram férias coletiva para essas pessoas?", questionou.

Um culto ecumênico foi realizado com participação de religiosos.

OTempo

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