Outro tatuador também é alvo de denúncia de crime sexual; polícia investiga

Logo após a prisão de um tatuador por violação sexual mediante fraude, a Polícia Civil informou nesta segunda-feira (1º) que instaurou um novo inquérito para investigar um segundo profissional da área, também proprietário de um estúdio em Belo Horizonte. A corporação pediu para que o nome do suspeito não fosse divulgado para não atrapalhar as apurações.

“As investigações estão em curso, mas o caso ainda está muito insipiente. O tatuador já foi já foi intimado para depor e as vítimas já foram ouvidas”, explica a delegada do caso, Larissa Mascotte.

As denúncias contra esse segundo tatuador ocorreram graças aos relatos contra Leandro Caldeira que já está preso. A reportagem conversou com uma das mulheres responsáveis pela denúncia contra o segundo profissional. Ela terá a identidade preservada.

De acordo com o relato, o abuso sexual ocorreu em 2012, quando ela tinha 21 anos, durante uma sessão de tatuagem na costela. O suspeito afirmou que ela deveria tirar o sutiã e a blusa, ficando com os seios expostos.

“Eu questionei sobre isso e ele disse que se eu quisesse usar algo tapando os seios era responsabilidade minha, pois a tatuagem ficaria malfeita. Eu confiei nele e tirei a roupa”, afirma. “Durante a sessão, ele ficou elogiando meus seios e não falou de mais nada. Tentei tampar com um pano e ele mandou eu me mudar de posição. De certa forma, ele induzia para que o pano saísse”, conta.

Ainda de acordo com a vítima, uma amiga dela chegou ao local, mas foi impedida de entrar. “Ele ficou nervoso e não a deixou entrar. Ele, claramente, aproveitou da minha nudez e ficou dando em cima de mim. A sessão durou mais de uma hora. Na época, eu não tive consciência de que sofri um abuso, achei que ele estava dando em cima de mim, mas que isso não era recorrente, eu não entendi”, diz.

Uma outra mulher, hoje com 31 anos, também foi vítima do tatuador. Em 2013, quando possuía 25 anos, a jovem foi ao rapaz para fazer um desenho também na costela. O homem afirmou para a vítima – e cliente – que estava excitado e que, se a tatuagem ficasse ruim, seria por culpa dela ‘por ser muito gostosa’.

A mulher ficou arrasada, chegou à casa chorando muito e, atualmente, faz sessões para apagar o desenho. O tatuador ainda a procurou pelas redes sociais.

Coragem

As novas denúncias surgiram após o escândalo envolvendo o tatuador Leandro Caldeira, responsável pelo Tattoo Reggae Studio, que foi preso neste domingo, investigado por abuso sexual mediante fraude contra 15 mulheres que eram suas clientes.

O número de vítimas do tatuador pode aumentar, já que outras três mulheres que acusam Leonardo de abuso serão ouvidas esta semana.

Por Bhaz