A movimentação do talude da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central, ficou mais intensa. Antes, a estrutura se movia de 3 a 4 cm por dia, o que já era motivo de preocupação para as autoridades e a população local. Nesta terça-feira, a Vale, proprietária do complexo, informou que a “parede” da mina passou a ceder de 5 a 10 cm diariamente, ou seja, mais que o dobro de antes. A empresa não informou o que fez crescer a velocidade de movimentação.
A mudança na projeção acendeu um alerta na cidade. “A população já está em risco desde que a barragem foi classificada como risco 3. E já foi feita uma projeção de que o talude pode romper até domingo. E o pior é que nem sabemos as proporções reais do impacto da queda do talude sobre a barragem”, afirmou o prefeito, Décio Geraldo Santos (PV).
De acordo com ele, a maior movimentação indica que a estrutura está mais perto de um colapso. As projeções da Secretaria de Estado de Meio Ambiente são de que a queda do talude representa risco de até 15% de devastação de todo o complexo.
O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil Estadual, não quis se pronunciar sobre o aumento da movimentação da estrutura. Ele disse que cabe à mineradora avaliar os possíveis impactos sobre a queda da estrutura.
O reservatório de rejeitos fica 1,5 km distante da mina de Gongo Soco. Godinho já tinha explicado que um dos receios é de que o tremor causado com a queda do talude sirva de gatilho para uma tragédia maior, com rompimento da barragem. Caso isso ocorra, a lama pode chegar até a chamada zona secundária, onde vivem 6.000 pessoas em até 1h12. Pouco mais de 400 moradores da área de autossalvamento, onde não haveria tempo de o resgate chegar, já foram retirados de casa.
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