Moradores da capital e da região metropolitana viram, ao longo do último ano, o preço do pão francês aumentar quase o dobro da inflação – que fechou em 4,52% no ano passado. O quilo do produto, praticamente insubstituível na mesa do mineiro, pulou de R$ 13,98 para R$ 15,15 – um crescimento de 8,6%, em 12 meses. O pãozinho subiu mais do que o salário mínimo – que teve um reajuste de 5,26% (passou de R$ 1.100 para R$ 1.045).
A alta no preço do pãozinho, que foi mostrada por uma pesquisa do site Mercado Mineiro, já havia sido percebida no dia a dia. O personal Erick Assunção, de 43 anos, notou a mudança, mas não encontrou saída. “O preço do pão quase dobrou. Mas não tem como não comprar, faz parte da alimentação rotineira”, disse.
O presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, explicou que o “boom” no preço tem relação com a pandemia. “Tivemos elevação do preço de todos os custos para se manter uma padaria. Da alta do preço da farinha até a falta de insumos e aumento nas contas”, explicou.
Diferença de 90% no preço
A pesquisa realizada pelo site Mercado Mineiro mostra que a alternativa é pesquisar. O valor do pãozinho pode ter uma diferença de até 90% entre padarias de BH. O quilo do item é de R$ 10,49 no estabelecimento mais barato e de R$ 19,99 no mais caro.
Segundo o diretor do site, Feliciano Abreu, o objetivo do estudo é monitorar o preço. “É de extrema importância saber que, em outras regiões, os preços estão mais baratos ou mais caros, até mesmo para sermos capazes de negociar”, disse.
Lanche mais caro
A pesquisa do site Mercado Mineiro, feita entre os dias 6 e 7 de maio, mostrou que vários itens apresentam uma diferença enorme no preço, dependendo de onde são comprados. No local mais barato, o cafezinho preto sai a R$ 1. No mais caro, a bebida vale R$ 1,95. Já o tradicional pão com manteiga pode custar de R$ 1,65 até R$ 2,80. O quilo da muçarela varia entre varia entre R$ 29,90 e R$ 57.
Transporte encarece
O presidente do Sindicado e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, explica que os produtos que não são produzidos na padaria – como o leite, presunto e manteiga – já chegam com preço tabelado do fornecedor.
“Esses produtos também encareceram porque o transporte e os custos da fabricação também se elevaram. Até as embalagens ficaram mais caras”, disse.
