Uma ação realizada em Minas Gerais resgatou 31 trabalhadores que viviam em condição análoga à de escravo em fazendas rurais de café e de produção de carvão na região Centro-Oeste do estado e no Triângulo Mineiro. A operação conjunta foi iniciada na última semana e é conduzida pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), AFT (Auditoria Fiscal do Trabalho) e PF (Polícia Federal).
De acordo com o MPT, um grupo de 29 trabalhadores, quatro deles adolescentes, foram resgatados em duas fazendas no Município de Campos Altos, na região do Alto Paranaíba.
Eles trabalhavam na colheita do café e eram obrigados a trabalhar de forma degradante, sem acesso a instalações sanitárias, água potável, abrigo contra chuvas e temperaturas baixas, local para realização de refeições, equipamentos de proteção individual e outras garantias mínimas de trabalho digno.
Ainda segundo o Ministério do Trabalho, parte dos trabalhadores resgatados receberam pagamento de verbas trabalhistas e rescisórias, além de indenização por dano moral individual, por meio de Termos de Ajuste de Conduta firmados pelos empregadores com o MPT.
Instalações não ofereciam segurança
Na mesma operação, em uma carvoaria no Município de Córrego Danta, região Centro-Oeste de Minas, dois trabalhadores também foram resgatados em condição análoga à escravidão.
Eles estavam alojados há mais de um mês em uma casa em condições precárias, sem banheiros e fonte de água potável, com alimentação insuficiente e sem equipamentos de proteção individual. Os trabalhadores tomavam banho aquecendo panelas com água retirada de um riacho, em uma região de altitude em que as temperaturas, no inverno, chegam a 8ºC.
Até o momento, já foram pagos mais de R$ 150.000 em verbas trabalhistas e indenizações por danos morais e coletivos. O MPT continua negociando com os empregadores que não fizeram acordo.
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