O segurança Fabiano de Araújo Leite, que trabalhava na boate Hangar 677 no dia em que o fisiculturista sete-lagoano Allan Pontelo foi morto será julgado no 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte na quinta-feira (19) da próxima semana. Leite teve o julgamento adiado no final do ano passado por testar positivo para o coronavírus.
De acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, Fabiano Leite será julgado por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, com emprego de asfixia ou tortura e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda não há, segundo o fórum, quantas testemunhas serão ouvidas no julgamento. Atualmente, o réu aguarda o julgamento em liberdade.
Segundo a acusação do Ministério Público, o acusado estava armado, como "força de reserva", ao lado de seguranças pronto para "intervir a fim de assegurar o êxito da ação criminosa".
Assim como ocorreu em outros julgamentos, o técnico em eletrônica, Dênio Luiz Pontelo, pai do fisiculturista Allan Pontelo, vítima do ataque dos seguranças na boate, espalhou outdoors pela região metropolitana cobrando justiça no julgamento.
As investigações apontam que a morte do fisiculturista Allan Pontelo ocorreu após uma ação truculenta dos indiciados, que teriam flagrado a vítima com drogas. Na conclusão da polícia, os seguranças viram o fisiculturista no banheiro e disseram que ele estaria comercializando drogas. Ele foi levado para uma área restrita da boate onde apanhou até a morte. O caso ocorreu no dia 2 de setembro de 2017.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ao se recusar passar pela revista, Allan foi espancado violentamente, com socos e chutes, imobilizado e estrangulado até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa da morte “asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço”, além de diversas lesões no corpo.
O MPMG também entendeu que os funcionários da boate Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Araújo Leite participaram do crime. Os dois estavam armados no local da revista, “como força reserva, prontos para interferir para garantir o êxito da ação da criminosa”.
Três seguranças seguranças já foram condenados pelo menos em primeira instância pela morte de Allan Pontelo. William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares foram condenados a 15 anos de prisão em 2020. Já o segurança Paulo Henrique Pardim de Oliveira foi condenado em novembro do mesmo ano a 11 anos de prisão em primeira instância.
O chefe da segurança da boate Hangar 677, Delmir Araújo Dutra, foi absolvido em dezembro do ano passado no julgamento que seria conjunto com o de Fabiano Leite.
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