Eu quero meu dinheiro !

O vereador Milton Martins(PSC), que está em seu primeiro mandato, protagoniza desde então cenas que deixam seus pares de cabelo em pé. O parlamentar é tido como deselegante e afoito em sua atividade parlamentar. Milton é oriundo do movimento conservador católico RCC, e e teve o apoio em massa dos grupos de oração em toda cidade. Ainda conta com o apoio explícito de padres que dão abertura em suas paróquias para o vereador fazer uso da religião para angariar votos. Para cada grupo de oração criado, contabiliza-se um grupo de apoio político ao vereador. Na câmara chegou com um discurso moralizador e conservador que atrai os olhares de alguns pares e o torcer de nariz de outros. Numa coisa ele é quase unânime: seu jeito abrupto de lidar com temas delicados assusta seus amigos de câmara. A maior reclamação feita pelos corredores da casa é seu jeito arrogante de tratar a todos. " Quer ser o dono da verdade" diz um vereador que não quer ser citado. Algumas discussões acaloradas já foram presenciadas a quem vai ao plenário da câmara ou assiste a reunião pela TV. A última foi na reunião do dia 02/02 quando a vereadora Carol Canabrava fez uso da palavra e reforçou o seu não uso da verba de gabinete, que é de R$ 8.500,00, atitude inédita na casa. Segundo Carol, com sua atitude, ela economizou R$ 100 mil reais que foram revertidos ao município para pagar salários atrasados. O vereador Milton, num ataque de nervos, saiu em defesa do uso do dinheiro justificando que trabalha muito e que precisa da grana. Numa cena chocante, o destempero do edil chegou tal ponto que ele jogou as folhas no chão e um funcionário da casa ia apanhando as folhas que caíam. A vereadora lamentou o fato e disse " “Não sou contra a verba e sim da maneira como ela é aplicada. Respeito o descontrole do nobre par”. Milton já não é unanimidade no movimento carismático, que deve lançar outros candidatos para concorrer às eleições de 2016. Dentre o grupo de funcionários do seu gabinete é notório o descontentamento com as atitudes do vereador. Segundo um colega de câmara, que presenciou uma discussão dele com um funcionário, Milton é grosso e mal educado com seus comandados, além de exigir de todos uma carga de horário excessiva sem pagar hora extra.