O desaparecimento de Cândido Martins, conhecido como Duzinho, e de Edmar Alves em uma fazenda na zona rural de Baldim, completa 11 dias nesta sexta-feira (23) com um novo e significativo desdobramento. Um depoimento à Polícia Civil de uma sobrinha de Duzinho, que afirma ter recebido a visita do tio no dia 13 de maio, altera a linha do tempo que vinha sendo investigada, trazendo um novo rumo para o caso.
Até então, as informações iniciais apontavam que Duzinho e Edmar teriam sido vistos pela última vez na fazenda no domingo, 11 de maio. Duzinho, inclusive, teria sido avistado em uma padaria em Baldim na segunda-feira (12), ás 19h, local que costumava frequentar. No entanto, a sobrinha relatou à Polícia Civil que Duzinho esteve em sua casa em São José da Almeida, a cerca de 30 km de Baldim, na terça-feira (13), para quitar uma dívida. O filho de Duzinho, Cândido Neto, confirmou ao portal R7 Minas que a prima relatou a visita do pai, sozinho, em um carro prata, mas que ele não conseguiu identificá-lo em imagens de segurança.
Enquanto o paradeiro de Duzinho ganha uma nova pista, a ausência de Edmar Alves, que residia com Cândido Martins, também é um ponto crucial. Uma mulher, que costumava receber Edmar para almoçar diariamente, relatou à polícia que ele esteve em sua residência pela última vez no domingo (11). Diante de sua ausência no dia seguinte, ela contatou o irmão de Duzinho. Ambos foram à fazenda, onde encontraram a residência com as portas fechadas, mas sem tranca, e o interior em condições insalubres.
E de acordo com o boletim, trabalhadores da propriedade, contaram que na noite de domingo tentaram contato telefônico com Edmar para pedir que desligasse um motor, sem sucesso. Ao irem até o local, viram uma luz acesa na casa e, após chamarem por Cândido e Edmar, uma voz masculina, aparentemente jovem, informou que eles não estavam. Ao observarem pela janela, teriam visto Edmar gesticulando e em seguida se abaixando, como se não quisesse ser visto.
A fazenda, que se estende por aproximadamente 170 hectares e possui três lagoas e cisternas, continua sendo intensamente vasculhada pelas equipes de busca. No local, já foram encontrados uma faca, um par de luvas cirúrgicas e vestígios de sangue, que estão sendo analisados. A casa de Duzinho foi encontrada revirada, com o vidro de seu carro quebrado e a chave na ignição.
O delegado Alexandre Viana, responsável pela regional de Sete Lagoas da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), afirmou que as investigações ainda não apontam uma conclusão sobre o que motivou o desaparecimento. A polícia considera informações da família de Cândido de que o fazendeiro estaria recebendo ameaças relacionadas à negociação de terras e à venda de um caminhão, mas a conexão desses fatores com os desaparecimentos ainda não foi confirmada. A PCMG aguarda autorizações judiciais para acessar dados bancários e telefônicos que possam auxiliar na elucidação do caso.
Enquanto familiares de Duzinho estão ativamente envolvidos nas buscas e acompanham as investigações, a família de Edmar, que também residia na fazenda, ainda não procurou a polícia para relatar o desaparecimento formalmente.
A Polícia Civil de Minas Gerais reitera a importância da colaboração da comunidade e orienta que qualquer informação sobre o paradeiro de Cândido Martins e Edmar Alves seja comunicada pelo telefone 0800 2828 197. O sigilo da identidade é garantido.
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