Em um cenário carregado de referências que remetem às tradicionais feiras folclóricas que resistem com a arte da poesia popular cantada, declamada ou escrita, surge o cantador David Abreu, acompanhado apenas pelo seu violão, para se apresentar na 38° Festa do Folclore de Sete Lagoas num tom mais intimista, onde canta músicas e recita versos em modalidades da poesia popular.
Com seu vasto repertório, rico em ritmos brasileiros como Calango Mineiro, Baião, Xote, Toada e Xaxado, o artista entoa canções e declama poesias, ambos de autoria própria, trazendo uma experiência fora do óbvio para o público que tem atenção em seu som e no cenário estampado com cordões tendo livretos de cordel pendurados em um palco num ambiente aberto para trazer o expectador ao universo cuja tal arte tradicionalmente é difundida que são nas praças, ruas e feiras.
São reflexivos e divertidos os números apresentados, como por exemplo “A peleja de David contra o nome americanizado” um Mote em Dez que protesta conta a síndrome vira-lata do brasileiro que desvaloriza sua própria cultura, ou o Calango Mineiro “Canto de dor” que expõe a preocupação do autor com o futuro do ecossistema. Não fica de fora o “Galope Imaginário”, sua reflexão filosófica sobre a vida em versos de Martelo Agalopado. E para que o público participe ainda mais, serão executadas músicas de outros autores , que sejam conhecidas do grande público e que obedecem a proposta literária em seu feitio.
O tema do festival é “Gente da gente” e como sugere, convida o público para desfrutar da arte dos talentos locais, como é o caso do cantador David Abreu, que estreou com Cordéis e Canções a convite do Palco SESC, unidade Sete Lagoas, tendo uma alta procura de ingressos e foi apresentado para mais de 200 pessoas.
O artista pede que sejam convidadas as pessoas carentes e sedentas de arte, jovens estudantes, moradores da periferia onde os acontecimentos culturais são oferecidos com menor frequência que no centro da cidade.
Cordéis e Canções será apresentado no dia 28/08 (quinta-feira) às 20:30 no Casarão (Centro cultural Nhô Quim Drummond).
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