
O deputado federal Eros Biondini (PL-MG) está sob os holofotes após direcionar R$ 5 milhões por meio de emenda parlamentar ao Instituto Terra e Trabalho (ITT), entidade envolvida nas investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A CPMI apura um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios previdenciários, revelado pela Polícia Federal através da Operação Sem Desconto.
Segundo reportagens, o ITT é presidido por Vinícius Ramos da Cruz, que é cunhado de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), uma das entidades investigadas no escândalo.
O projeto aprovado pelo ITT previa uso dos recursos para realização de ações no campo, como “mapeamento de propriedades rurais, capacitação de agricultores e inseminações artificiais de bovinos”. No entanto, na prestação de contas da entidade, foram apontadas falhas: por exemplo, o plano alocava R$ 373 mil para aluguel de duas caminhonetes S10 durante 12 meses, com custo de R$ 30 mil por mês para cada, valor significativamente acima de cotações de mercado, segundo apuração. Também há suspeitas de superfaturamento na parceria com uma empresa de inseminação bovina (Kvet Serviços Veterinários), que teria recebido R$ 3,1 milhões para capacitar produtores, apesar de ter capital social modesto.
A defesa de Biondini
Em nota, Biondini afirmou que a emenda foi sugerida durante reuniões da bancada mineira do PL, como forma de apoiar pequenos produtores rurais. Segundo ele, na época da indicação, não havia conhecimento do vínculo entre o ITT e a Conafer. Após a repercussão das investigações, o deputado afirmou ter encaminhado ofícios ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal (MPF) requerendo fiscalização rigorosa sobre o uso dos recursos.
Contexto das investigações
O escândalo investigado pela CPMI envolve um esquema bilionário de descontos em aposentadorias e pensões sem autorização formal dos beneficiários. As entidades associativas, algumas delas com acordos com o INSS, são acusadas de ter cobrado mensalidades de segurados sem consentimento claro, acumulando valores que chegam a R$ 6,3 bilhões no período de 2019 a 2024, segundo estimativas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.
Na mais recente fase da Operação Sem Desconto, segundo o presidente da CPMI, PF e CGU teriam atingido “pessoas-chave” no esquema, incluindo dirigentes de entidades investigadas; mas até o momento, não há confirmação pública de indiciamentos específicos contra Biondini.
Repercussão política
A situação aumenta a pressão sobre parlamentares que destinaram emendas a entidades sob investigação, levantando dúvidas sobre critérios de escolha e fiscalização desses recursos. Além disso, alimenta o debate sobre a transparência no direcionamento de verbas públicas para organizações vinculadas a dirigentes investigados
Planejamento urbano Prefeitura de BH realiza operação para combater publicidade irregular
Posse Ex-presidente do Cruzeiro vai assumir mandato de deputado federal
Obras PBH conclui obras de infraestrutura na Rua dos Custódios, na região Nordeste Mín. 17° Máx. 30°
