Três dias após a morte do fisiculturista Allan Pontelo, 25, na boate Hangar 677, no bairro Olhos D’ Água, na região do Barreiro, na capital, um dos sócios do espaço de eventos, o empresário Leo Ziller, conversou com a reportagem de O TEMPO. Ele garantiu que os seguranças da casa são preparados para lidar com todas as situações e disse que, assim como a família do jovem, quer que tudo seja esclarecido o mais rápido possível.
O que aconteceu na noite da morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo?
Segundo a versão que chegou até nós, pelos seguranças, ele (Pontelo) foi abordado no banheiro consumindo drogas. Eles fizeram uma revista, encontraram uma quantidade maior de droga – segundo a Polícia Militar, seriam 68 comprimidos de ecstasy e alguns papelotes. Pela excessiva quantidade de drogas, foi informado a ele que seria chamada a PM. Houve uma reação por parte dele, depois aconteceu algo que a gente vai saber pelo inquérito. Não cabe a mim julgar o que aconteceu, acho que a principal pendência que todos nós queremos saber é porque ele morreu.
Quem faz a segurança do espaço de eventos?
Existe uma empresa terceirizada que trabalha para a casa. Ela tem mais de 20 anos de mercado e atende a todos os requisitos exigidos por lei. Entre eles, uma certificação da Polícia Federal (PF). Os vigilantes passam por um curso, que normalmente é oferecido pela Escola Mineira de Vigilantes, e recebem um certificado. Esse certificado precisa ser renovado a cada dois anos. Quando a empresa é credenciada, ela está em constantemente sendo fiscalizada pela PF.
Há intimidação dentro da boate? Em que situações as pessoas são retiradas da casa?
Nós trabalhamos na casa há um ano e meio. Tivemos lá mais de 120 mil pessoas presentes, em mais de cem eventos. Proporcionalmente, o número de ocorrências que nós temos, comparado ao número de pessoas presentes, é ínfimo. A orientação é que não sejam toleradas drogas dentro da casa, nem outras condutas ilegais como racismo, homofobia, assédio. Nesses casos, a pessoa pode ser convidada a sair. Os seguranças estão preparados para agir nessas situações.
A Polícia Civil já entrou em contato com a casa?
Já cedemos as imagens. Nós não temos absolutamente nada a esconder. Pelo contrário, nós queremos entender a situação em todos os sentidos. Desde a forma que ele foi abordado, até o motivo de a loja dele ter sido arrombada. O conjunto dessas notícias vai esclarecer essa situação, para que, aí sim, as pessoas possam julgar.
A casa de shows entrou em contato com a família?
O nosso interesse é o mesmo que o da família. Até o momento, nós ainda não entramos em contato. Mas nós gostaríamos de conversar com eles, mesmo porque, nessa situação, estamos todos atrás da mesma verdade.
A boate tem todos os documentos e vai continuar a funcionar normalmente?
Os próximos eventos estão sendo analisados com os parceiros. O alvará da prefeitura é concedido por evento e a casa tem o documento do Corpo de Bombeiros, válido até 2020.
Há um ano, um o estudante de medicina Henrique Papini foi espancado a 500 metros da casa. Algo mudou na segurança?
Sim. Trabalhamos com segurança externa, na rua também. À medida que as pessoas vão saindo do evento, eles vão acompanhando de longe para as pessoas pegarem o táxi ou o Uber. A casa tem revista, câmeras de segurança e detector de metal. A casa nunca foi indiciada pela Polícia Civil em nenhum inquérito, o que mostra que, pelo volume de pessoas que frequentam o local até então, é uma casa bastante segura.
SAIBA MAIS
Manifestação. Nessa terça-feira (5), amigos e familiares do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo criaram uma página no Facebook pedindo Justiça. Até às 20h dessa terça-feira (5), mais de 2.200 pessoas haviam curtido a página.
Família. O pai do jovem, Dênio Pontelo, informou que a família vai espalhar cinco outdoors pedindo Justiça. O delegado Magno Machado, que investiga o caso, só vai se manifestar após o fim das investigações.
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