Domingo, 06 de Julho de 2025
°

Cidades Belo Horizonte

Sócio defende atuação de boate

Após a morte de fisiculturista dentro de casa noturna, empresário garante que local é seguro

06/09/2017 às 08h34
Por: Redação Fonte: O Tempo
Compartilhe:
Segundo sócio, após casos de agressão, casa investe em segurança também do lado de fora
Segundo sócio, após casos de agressão, casa investe em segurança também do lado de fora

Três dias após a morte do fisiculturista Allan Pontelo, 25, na boate Hangar 677, no bairro Olhos D’ Água, na região do Barreiro, na capital, um dos sócios do espaço de eventos, o empresário Leo Ziller, conversou com a reportagem de O TEMPO. Ele garantiu que os seguranças da casa são preparados para lidar com todas as situações e disse que, assim como a família do jovem, quer que tudo seja esclarecido o mais rápido possível.
O que aconteceu na noite da morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo? 
Segundo a versão que chegou até nós, pelos seguranças, ele (Pontelo) foi abordado no banheiro consumindo drogas. Eles fizeram uma revista, encontraram uma quantidade maior de droga – segundo a Polícia Militar, seriam 68 comprimidos de ecstasy e alguns papelotes. Pela excessiva quantidade de drogas, foi informado a ele que seria chamada a PM. Houve uma reação por parte dele, depois aconteceu algo que a gente vai saber pelo inquérito. Não cabe a mim julgar o que aconteceu, acho que a principal pendência que todos nós queremos saber é porque ele morreu.
Quem faz a segurança do espaço de eventos? 
Existe uma empresa terceirizada que trabalha para a casa. Ela tem mais de 20 anos de mercado e atende a todos os requisitos exigidos por lei. Entre eles, uma certificação da Polícia Federal (PF). Os vigilantes passam por um curso, que normalmente é oferecido pela Escola Mineira de Vigilantes, e recebem um certificado. Esse certificado precisa ser renovado a cada dois anos. Quando a empresa é credenciada, ela está em constantemente sendo fiscalizada pela PF.
Há intimidação dentro da boate? Em que situações as pessoas são retiradas da casa?
Nós trabalhamos na casa há um ano e meio. Tivemos lá mais de 120 mil pessoas presentes, em mais de cem eventos. Proporcionalmente, o número de ocorrências que nós temos, comparado ao número de pessoas presentes, é ínfimo. A orientação é que não sejam toleradas drogas dentro da casa, nem outras condutas ilegais como racismo, homofobia, assédio. Nesses casos, a pessoa pode ser convidada a sair. Os seguranças estão preparados para agir nessas situações.
A Polícia Civil já entrou em contato com a casa? 
Já cedemos as imagens. Nós não temos absolutamente nada a esconder. Pelo contrário, nós queremos entender a situação em todos os sentidos. Desde a forma que ele foi abordado, até o motivo de a loja dele ter sido arrombada. O conjunto dessas notícias vai esclarecer essa situação, para que, aí sim, as pessoas possam julgar.
A casa de shows entrou em contato com a família?
O nosso interesse é o mesmo que o da família. Até o momento, nós ainda não entramos em contato. Mas nós gostaríamos de conversar com eles, mesmo porque, nessa situação, estamos todos atrás da mesma verdade.
A boate tem todos os documentos e vai continuar a funcionar normalmente? 
Os próximos eventos estão sendo analisados com os parceiros. O alvará da prefeitura é concedido por evento e a casa tem o documento do Corpo de Bombeiros, válido até 2020.
Há um ano, um o estudante de medicina Henrique Papini foi espancado a 500 metros da casa. Algo mudou na segurança?
Sim. Trabalhamos com segurança externa, na rua também. À medida que as pessoas vão saindo do evento, eles vão acompanhando de longe para as pessoas pegarem o táxi ou o Uber. A casa tem revista, câmeras de segurança e detector de metal. A casa nunca foi indiciada pela Polícia Civil em nenhum inquérito, o que mostra que, pelo volume de pessoas que frequentam o local até então, é uma casa bastante segura.
SAIBA MAIS

Manifestação. Nessa terça-feira (5), amigos e familiares do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo criaram uma página no Facebook pedindo Justiça. Até às 20h dessa terça-feira (5), mais de 2.200 pessoas haviam curtido a página.
Família. O pai do jovem, Dênio Pontelo, informou que a família vai espalhar cinco outdoors pedindo Justiça. O delegado Magno Machado, que investiga o caso, só vai se manifestar após o fim das investigações. 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.