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Política Saúde

Dívida de R$ 4 bilhões põe saúde do Estado de Minas Gerais na UTI

Prefeitos de MG administram saúde com verba 83% menor

07/12/2018 às 10h38
Por: Redação
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Caos. Hospital Sofia Feldman tem só metade dos 40 leitos do UTI neonatal funcionando por falta de repasses do governo do Estado
Caos. Hospital Sofia Feldman tem só metade dos 40 leitos do UTI neonatal funcionando por falta de repasses do governo do Estado

Cortes orçamentários, serviços não habilitados por falta de verbas e atrasos na liberação de recursos por parte do governo do Estado estão deixando prefeituras a um passo do colapso no atendimento de saúde. Com mais de R$ 4 bilhões do governo de Minas em atraso só na saúde, segundo levantamento do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-MG), os municípios mineiros enfrentam dificuldades no pagamento de médicos, fornecedores e prestadores de serviços. Com isso, os gestores têm que administrar com verbas 83,3% menores do que as previstas para o Orçamento deste ano, aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Segundo o secretário adjunto de Estado de Saúde, Daniel Guimarães Medrado de Castro, a dívida com fornecedores chega a R$ 800 milhões, sendo que R$ 253 milhões desse montante se referem a medicamentos. “A gente tem que usar a criatividade. Temos atuado para não faltar medicamento, mas acontece. Porém, embora não tenha a entrega de determinados medicamentos de fornecedores, não chegamos a uma situação de desabastecimento”, disse.

Os números do relatório do Sistema Único de Saúde (SUS) foram apresentados nesta semana, na Assembleia, em audiência pública. De acordo com Medrado, a área teria que receber R$ 600 milhões por mês, porém a média tem sido bem inferior: só 16,6% dos recursos esperados estariam sendo repassados.

Em setembro, conforme o secretário, foi firmado um acordo, perante a Câmara de Conciliação, Mediação e Cidadania do Tribunal de Justiça de Minas, em que a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG) se comprometeu a repassar à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), mensalmente, o valor de R$ 100 milhões. “Esse repasse varia mês a mês. Estamos priorizando serviços essenciais, aqueles medicamentos mais essenciais para a população, além da rede de urgência e emergência”, afirmou.

Caos

Segundo o vice-presidente do Cosems-MG, Hermógenes Vaneli, o SUS em Minas pode parar no próximo ano por falta de dinheiro. Segundo ele, cirurgias eletivas já estão suspensas na maioria das cidades, os serviços de urgência e emergência são realizados com a intervenção dos prefeitos, e o desmonte dos serviços está se acelerando: “Estamos assistindo a uma tragédia anunciada”.

 

Só metade dos leitos funciona no Sofia

Com metade dos leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal fechada, o Hospital Sofia Feldman pode ficar sem outros sete nos próximos dias. De acordo com a gestora da linha de políticas institucionais do hospital, Tatiana Coelho, até este sábado (8) a instituição deve receber R$ 3 milhões de adiantamento da prefeitura. O Estado também repassou R$ 2 milhões para impedir que a situação se agrave.

“Se não fosse isso, todos os leitos estariam fechados em janeiro. Vamos pagar os salários de setembro e outubro. Mas, para que a situação não se agrave, precisamos que o Ministério da Saúde repasse a mais R$ 1,5 milhão mensais. É a promessa que foi feita em 2017 e não foi cumprida”, disse.

Em nota, o ministério informou que mantém repasses e diálogo com o município. O Estado disse que enfrenta um severo déficit financeiro, mas está se esforçando para honrar os compromissos. Já a Secretaria Municipal de Saúde disse que aporta recursos adicionais de até R$ 500 mil por mês.

 

Fhemig acumula dívida de R$ 121 mi com fornecedores

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) acumula uma dívida de R$ 121 milhões com fornecedores. Segundo a assessora de Planejamento, Gestão e Finanças da instituição, Karina Nicoli Ribeiro, os atrasos dos pagamentos têm piorado nos últimos dois anos.

“Não há regularidade nos repasses. Cada mês é um valor. Nós temos atendido as pessoas, e não há desabastecimento em relação ao fornecimento de medicamentos. O que acontece é que um paciente pode ocupar por mais tempo um leito do que o necessário, porque, às vezes, ele está à espera de um medicamento que vem de alguma outra unidade”, disse.

“Além disso, não é possível realizar os investimentos e as reformas em hospitais antigos previstos pela Vigilância Sanitária”, completou.

Calamidade

Posicionamento. A Secretária de Estado de Fazenda não se manifestou. Já a Saúde ressaltou a situação de calamidade financeira de Minas e reafirmou o compromisso de diálogo com os fornecedores.

Saiba mais

Hemominas

Segundo a presidente da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas), Júnia Guimarães Mourão Cioffi, há um déficit de R$ 23 milhões, mas ainda não houve registro de falta de insumo.

Funed

Responsável pela produção de vacinas, de medicamentos e pesquisas científicas no Estado, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) teve realizado apenas 24,5% do Orçamento autorizado, segundo a chefe da unidade de gestão estratégica da fundação, Luciana Morais. No entanto, de acordo com ela, apesar da redução de recursos, a instituição alcançou a produção de 9 milhões de vacinas e realizou 50 mil exames, especialmente para o monitoramento de agrotóxicos.

Por Letícia Fontes - OTempo

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