
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), não está atento apenas às articulações políticas. Além das conversas com bancadas, mantém a estratégia de aproximação com o povo. Nessa terça-feira (11), antes de reuniões, à tarde, com deputados do PSD e do Podemos, foi a um almoço fora da agenda oficial a convite de um grupo de 30 cantores e duplas sertanejas, no Clube do Exército, em Brasília. Interlocutores dizem que é uma forma de reforçar a popularidade mirando a aprovação de projetos importantes, como a reforma da Previdência.
A tática vem sendo usada há algum tempo. No domingo, Bolsonaro foi a um caixa eletrônico de uma agência bancária, situação que se repete com frequência desde a vitória nas urnas. No fim de semana anterior, compareceu ao jogo do Palmeiras, clube do coração, para acompanhar a entrega do título de campeão brasileiro. No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde despacha no governo de transição, não é raro tirar fotos e atender populares. O almoço de ontem com os sertanejos, entre eles Amado Batista — a quem Bolsonaro confessou profunda admiração pela canção Amor à primeira vista —, é mais um movimento de aproximação com a sociedade.
O presidente eleito tem 63% de popularidade, segundo a pesquisa XP/Ipespe mais recente. E sabe que precisa reforçá-la — se não ampliá-la — para iniciar o governo com o pé direito e aprovar as reformas com o apoio dos parlamentares. “Os movimentos com a sociedade são feitos agora para dar consistência à popularidade no próximo ano, enquanto a economia não dá sinais de reação”, analisou um interlocutor do governo de transição.
Usar o cacife político que as urnas lhe garantiram será importante para Bolsonaro articular apoio no Congresso. A manutenção do apoio popular, entretanto, dependerá de resultados práticos da economia, ressalta o interlocutor. Se as reformas forem aprovadas e isso resultar em impactos positivos no sentimento de bem-estar social, com emprego e geração de renda, o relacionamento com o Congresso tende a durar mais tempo.
Para isso, a costura com as bancadas se faz necessária desde já. Ontem, PSD e Podemos sinalizaram apoio às reformas econômicas do governo eleito. Hoje, será a vez do DEM e do PP sentarem-se à mesa. A articulação se mostra importante, sobretudo com PSL, que se reúne hoje com o presidente eleito. A missão é assegurar que o racha interno no partido se torne algo do passado. Bolsonaro sabe que é preciso unidade para que a legenda caminhe adiante e o ajude a ter a almejada governabilidade.
Conciliação
O primeiro passo para a reconciliação foi dado ontem. O deputado reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP), que discutiram na semana passada, postaram uma foto nas redes sociais em que formam, juntos, um coração com as mãos. “Estamos juntos! Eu e Eduardo fazemos parte da mesma família: a família que luta pelo país. Simbora, meu povo! Jair Bolsonaro precisa de todos nós. O PSL está mais unido do que nunca”, publicou Joice.
A maneira como as pazes foram seladas são encaradas como positivas pelo partido. Mas passam a ideia mais “da imagem para fora”, avalia um deputado do PSL. “Política é isso, tentar minimizar os impactos. Não dá para ficar brigando eternamente, mas é difícil ter plena conciliação em um cenário desses. Pararam de brigar, e isso é bom. Ajuda a passar a imagem de união de dentro para fora do partido”, destacou.
O clima de paz é positivo para a articulação de espaços na Câmara. Ontem à noite, deputados eleitos do PSL participaram de um jantar na residência do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado eleito Coronel Tadeu (PSL-SP) vê o convite como o aceno por apoio. “Faz parte do processo. Está em campanha e vamos ouvi-lo”, afirmou. A ideia é de que o PSL discuta hoje, em reunião interna da bancada, o apoio misto ou o lançamento de uma candidatura própria. A tese de liberar os parlamentares para apoiarem a candidatura mais conveniente é, atualmente, a opção mais provável.
Por Rodolfo Costa - Estado de Minas

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