Nely Aquino (PRTB) é eleita presidente da Câmara de BH em 1º turno

Em uma sessão marcada por duras críticas ao prefeito Alexandre Kalil (PHS), a veradora Nely Aquino (PRTB) foi eleita em primeiro turno, com 24 votos, presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte para o próximo biênio.

Apesar dos ataques, Kalil saiu vitorioso, uma vez que Nely foi o nome escolhido por ele para ser a candidata da base do governo em uma articulação de última hora, realizada em reunião na terça-feira (11), como publicou O Tempo.

O nome da vereadora foi apresentado pelo prefeito como a candidatura capaz de unir os votos da esquerda e derrotar o vereador Orlei (Avante), que apesar de ser da base, era concorrente direto do prefeito na eleição da Casa.

A presidente eleita da CMBH, ao usar a palavra, declarou que dentro do grupo houve vários nomes e que a votação interna da base ficou entre ela e Juliano Lopes (PTC). Ela rechaçou o rótulo de novata alegando que ninguém é novo se tiver dois anos em uma empresa. “Não sou novata aqui mais, quero ver alguém aqui falar algo de mim como secretária dessa Casa”, disse a candidata que afirmou buscar a união do legislativo municipal.

Nely também rechaçou a ideia de pertencer ao grupo do vereador cassado Wellington Magalhães (PSDC) como foi especulado nos dias anteriores à sessão, por seus adversários. Indagada pelo fato de que quatro vereadores que abstiveram voto durante a votação de  cassaçao de Magalhães estarem na mesa diretora da chapa, a vereadora reiterou que não "existe grupo de Wellnigton Magalhães".

"O processo de presidência da Câmara não tem nada a ver com processo de cassação de Wellington Magalhães. Não existe grupo de Wellington Magalhães, ele não está na Câmara, nós somos vereadores eleitos pelo povo. Não existe grupo de Welligton Magalhães. Existe base do prefeito Alexandre Kalil", concluiu.

Críticas

As críticas recebidas por Kalil se referem à sua articulação. Alguns vereadores utilizaram o microfone da plenária, durante os debates iniciais, para criticar a escolha do prefeito.

Usando a palavra, o candidato Orlei disse estar magoado com alguns colegas que prometeram voto a ele, mas "cederam a pressão do prefeito". O vereador, que até então fazia parte da base do governo, disse que irá sair e formar um bloco independente.

Os vereadores Cláudio Duarte (PSL) e Gabriel Azevedo (PHS) também usaram o microfone da sessão para endossar o coro de ataques ao prefeito. Eles criticaram a forma como Kalil entrou no jogo do que consideraram uma “candidatura derrotada”, se não fosse a intervenção do chefe do executivo.

Azevedo, que também disputou a eleição, afirmou, ao fim da sessão, que mesmo não tendo saído presidente da Casa, se sentiu "vitorioso". Segundo ele, com o descontentamento de parte da base de Alexandre Kalil com a escolha de Nely, ele conseguiu assinaturas necessárias para dar andamento na CPI da BH Trans. O atual presidente Henrique Braga (PSDB), afirmou que ainda não teve conhecimento dessas assinaturas.

Outro vereador que fez duras críticas ao prefeito foi o professor Wendel Mesquita (SD). Subindo o tom, Mesquita se dirigiu a Alexandre Kalil pedindo que o prefeito deixe de ser volátil e hipócrita.

“Vendeu uma ideia de que seria um novo político, mas está fazendo a pior das políticas, que é a da pressão, ameaçando tirar obras das comunidades dos vereadores”, disse.

Defesa

O vice-líder de governo na Câmara dos Vereadores, Álvaro Damião (DEM) criticou os ataques feitos ao prefeito, principalmente por ele não estar no plenário para se defender.

“Eu perdi uma eleição em 2012 e outra em 2016. A palavra da política não é volatilidade. É construção. Quando perde, não adianta vir ao microfone, chorar e criticar o prefeito. Tem que construir o nome para ganhar na próxima disputa”, disse o vereador.

Com a galeria da Casa lotada, o parlamentar recebeu um misto de aplausos e vaias.

O vereador Gilson Reis (PCdoB) também defendeu a articulação feita pelo prefeito e considerou a intervenção como legítima.

“Ou será que o vereador vai se vender por causa de um quebra mola na rua do bairro em que ele é líder? É preciso que a Câmara discuta uma autonomia dos mandatos para que não seja refém do executivo”, afirmou.

A cadeira de presidente da CMBH foi disputada entre Nely (PRTB), que obteve 24 votos, Orlei (Avante, nove votos), além de Cida Falabela (PSOL, cinco votos) e Gabriel Azevedo (PHS, três votos).

Mesa Diretora

Com a eleição da chapa de Nely, a próxima mesa diretora que irá comandar a Casa no próximo biênio ficou assim:

Presidente: Nely Aquino (PRTB)
1° Vice-Presidente: Preto
2° Vice-Presidente: Jair di Gregório
Secretário Geral: Carlos Henrique
1° Secretário: Catatau
2° Secretário: Marílda Portela

Veja como votaram os vereadores nesta quarta-feira:

NELY AQUINO (PRTB): 24 votos
Alvaro Damião(DEM)
Autair Gomes(PSC)
Bim da Âmbulância(PSDB)
Carlos Henrique(PMN)
Catatau(PHS)
Dimas da Ambulância (PODE)
Edmar Branco(AVANTE)
Elvis Côrtes(PHS)
Fernando Luiz(PSB)
Flávio dos Santos(PODE)
Hélio da Farmácia(PHS)
Henrique Braga(PSDB)
Irlan Melo(PR)
Jair di Gregório(PP)
Jorge Santos(PRB)
Juliano Lopes(PTC)
Léo Burguês(PSL)
Marilda Portela(PRB)
Nely Aquino(PRTB)
Osvaldo Lopes(PHS)
Pedrão do Depósito(PPS)
Preto(DEM)
Rafael Martins(PRTB)
Wesley Autoescola(PRP)

ORLEI (Avante): 9 votos
Claudio Duarte(PSL)
Dr. Nilton (PROS)
Eduardo Ambulância (PODE)
Fernando Borja(AVANTE)
Juninho Los Hermanos(AVANTE)
Orlei(AVANTE)
Pedro Bueno(PODE)
Reinaldo Gomes(MDB)
Prof. Wendell Mesquita(SD)

CIDA FALABELLA(PSOL): 5 votos
Arnaldo Godoy (PT)
Bella Gonçalves(PT)
Cida Falabella PSOL)
Gilson Reis (PCdoB)
Pedro Patrus (PT)

GABRIEL AZEVEDO (PHS): 3 votos
Doorgal Andrada (PATRI)
Dr. Bernardo Ramos (NOVO)
Gabriel Azevedo(PHS)

Por Lucas Henrique Gomes e Franco Malheiro - OTempo