
As acusações de corrupção que recaem sobre o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) não estão apenas desgastando a imagem dele, mas atingindo diretamente a reputação tucana nos níveis federal e estaduais, especialmente em Minas Gerais. A mais nova denúncia, revelada nesta terça-feira (11) pela operação Ross, da Polícia Federal, de que o tucano teria recebido cerca de R$ 130 milhões de propina do grupo econômico J&F, tem feito com que correligionários pensem em um pedido de expulsão do parlamentar na legenda.
Essa possibilidade, no entanto, não tem sido vista com muito otimismo. A avaliação é que essa tentativa pode ser barrada por quadros importantes da legenda, que nutrem uma relação com o ex-governador e têm poder para não levar um pedido de expulsão para frente. Diante disso, alguns tucanos com mandato começam a pensar no desligamento da legenda, num momento de janela de troca partidária, e dizem que vão aproveitar para fazer declarações públicas reafirmando que repudiam a corrupção e, em alguns casos, criticar abertamente Aécio.
Após o aparecimento dessa nova denúncia, o ex-presidente do PSDB e senador Tasso Jereissati (CE) disse que Aécio Neves “já prejudicou muito o partido”. “Se essa mesada (a Aécio) for realmente verdadeira, é uma questão muito grave. Ele já prejudicou muito o partido”, declarou. O político acrescentou que é preciso pensar numa solução para o caso, ao ser questionado se o mineiro poderia ser expulso da legenda. Um cacique da sigla contou que a possibilidade tem sido estudada pela agremiação e precisaria do respaldo da maioria da executiva nacional, o que já estaria em discussão.
Como esse desligamento do tucano não é visto como algo fácil de ser alcançado, interlocutores do PSDB de Minas ouvidos pelo Aparte contaram que já é possível constatar que membros da sigla, mais conhecidos como “chão de fábrica”, começam a debandar e ir para outros partidos, como o PSL, do presidente eleito Jair Bolsonaro. “É um movimento em crescimento, e as pessoas já começam a enxergar que não têm como permanecer num partido em que o Aécio esteja e tenha influência. Se já era difícil na primeira denúncia, imagina agora”, afirmou uma fonte.
No ano passado, Aécio chegou a ser afastado do mandato de senador pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa. Aécio era acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões do grupo econômico J&F. No entanto, os colegas de Senado do parlamentar derrubaram a decisão do STF. E, por conta desse desgaste, nas eleições deste ano o mineiro desistiu de tentar se reeleger e disputou uma vaga na Câmara. Ele foi o 19° deputado federal mais votado. Aécio sempre negou, reiteradamente, as acusações.
“A grande questão é que Aécio tem levado o nome do partido para o ralo. O PSDB está perdido em nível nacional e estadual. Em Minas, esse sentimento é ainda maior. Ele é o principal culpado pela derrota do partido nas eleições deste ano e pela situação em que a sigla se encontra hoje. Mas ele continua tendo poder e dificilmente deve ser afastado. Quem paga são os outros”, desabafou um interlocutor. (Fransciny Alves)
OTempo

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