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Após 23 dias da tragédia de Brumadinho, indenizações estão emperradas

Novo encontro para discutir ressarcimento trabalhista será na próxima sexta-feira

16/02/2019 às 11h19
Por: Redação
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Nasa. Imagem de Brumadinho feita por astronautas da Estação Espacial Internacional após tragédia
Nasa. Imagem de Brumadinho feita por astronautas da Estação Espacial Internacional após tragédia

Já se passaram 23 dias do rompimento da barragem I da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana, e a Vale ainda não resolveu o impasse sobre as indenizações por danos materiais e morais para familiares das vítimas que trabalhavam na mineradora. O ressarcimento foi tratado em uma audiência realizada entre a Vale, 13 entidades sindicais, Ministério Público do Trabalho (MPT-MG) e Defensoria Pública nesta sexta-feira (15), na 5ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho, em Betim, na mesma região.

Nova audiência foi marcada para a próxima sexta-feira, quando serão discutidas as indenizações e questões que não foram solucionadas no encontro desta sexta, como garantia de emprego para funcionários próprios e terceirizados, proibição de transferências de empregados próprios e terceirizados, isonomia do valor de seguro de vida para terceirizados e tratamento médico e psicológico.

“A Vale fez um compromisso público, assinado em ata, de que, até a próxima reunião, não vai demitir nem transferir funcionários. Isso é importante porque trabalhadores já estão sendo cooptados para serem realocados para outro locais com mudança de domicílio, gerando despesas para esses trabalhadores”, afirmou a procuradora do MPT-MG Luciana Coutinho.

Na audiência desta sexta-feira, foi determinado que a Vale vai pagar as despesas de funeral e sepultamento dos trabalhadores, próprios e terceirizados, vítimas do rompimento. A mineradora se comprometeu a pagar as verbas rescisórias das pessoas já identificadas e liberar o seguro de vida das vítimas que eram funcionários próprios e terceirizados.

Os sindicatos solicitaram que a mineradora pagasse o mesmo valor de seguro de vida para empregados diretos e terceirizados, mas os advogados da empresa não concordaram, argumentando que precisam conversar com o cliente. Esse ponto será discutido na próxima audiência já marcada.

A Vale terá sete dias para apresentar lista dos trabalhadores vitimados no desastre, discriminando os próprios, os terceirizados, os contratados como “pessoa jurídica”, os estagiários, os aprendizes e os avulsos. No prazo de dez dias úteis, a empresa deverá apresentar os documentos do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), registro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração (Cipamim) e plano de evacuação da mina. Caso a Vale não apresente os documentos nesses prazos, pode pagar multa diária.

Proposta não é aceita por representantes sindicais

A proposta da Vale de indenização por danos materiais e morais os familiares dos trabalhadores vítimas do rompimento da barragem em Córrego do Feijão apresentada nesta sexta-feira em audiência na Justiça do Trabalho em Betim não foi aceita pelos representantes sindicais. Ela já havia sido rejeitada em uma assembleia com 300 familiares, na quarta-feira, em Brumadinho.

A mineradora propõe o pagamento de dois terços do salário da vítima até a data em que ela completaria 75 anos, indenizações entre R$ 75 mil e R$ 300 mil, estabilidade de emprego para funcionários diretos até o fim 2019 e ampliação do plano de saúde para dependentes dos terceirizados. “É a mesma proposta que já foi rejeitada”, disse a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Luciana Coutinho.

Patrimônio histórico

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho pode ter feito outra vítima: o patrimônio histórico. Ao menos oito sítios arqueológicos identificados pelo Iphan estavam na rota da lama de rejeitos de mineração da Vale. A Coordenadoria de Defesa do Patrimônio Cultural do Ministério Público de Minas acionou a superintendência do Iphan em Minas Gerais para uma vistoria no local. O órgão respondeu à reportagem que ainda não é possível mensurar a ocorrência dos impactos nesses bens em função dos trabalhos de resgate das vítimas e que aguarda o momento propício para fazer as intervenções.

Buscas

Em balanço divulgado nesta sexta-feira, a Defesa Civil do Estado informou que as equipes de buscas em Brumadinho já localizaram 299 corpos ou fragmentos de corpos em meio à lama de rejeitos da barragem da Vale, desde o rompimento, em 25 de janeiro. O órgão confirmou 166 mortes e o desaparecimento de 144 pessoas. Não há previsão para o encerramento das buscas.

Por Ludmila Pizarro - OTempo

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