A Rede Casas Bahia é investigada por subornar promotor em investigação. O promotor teria recebido o dinheiro para favorecer a empresa em uma investigação sobre crime contra o consumidor.
Um promotor, um executivo e um advogado estão envolvidos e respondem ao processo em São Paulo e a Justiça mandou bloquear em 2017, 4 milhões de reais da empresa.
Segundo a denúncia, vendedores eram orientados a enganar os clientes a pagar mais, sem saber. A estratégia era incluir no preço dos produtos, uma garantia estendida e um seguro. Os casos foram parar na Promotoria do Consumidor.
O esquema foi revelado por ex-vendedores em ações trabalhistas movidas contra as Casas Bahia. Eles contaram na Justiça que eram obrigados a incluir esse serviço, sem que os clientes soubessem. Os alvos eram pessoas simples que ao comprar produtos nas lojas, acabavam pagando mais caro. Os gerentes mandavam e-mails para os vendedores com as instruções de como enganar os clientes.
O advogado Arthur Rollo
Segundo o advogado Arthur Rollo, especializado em Direito do Consumidor, a prática tida como venda casada, configura crime. “A empresa adota este tipo de prática com má fé, prejudicando o consumidor em sua liberdade de escolha”, ressalta.
As práticas ilegais implicaram na abertura de um inquérito civil. O Ministério Público (MP) fechou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com as Casas Bahia, sendo que a empresa declarou que a situação era restrita a apenas uma loja e concordou em pagar 500 mil reais de indenização.
Mas não era bem assim que vinha acontecendo. Depois do acordo, denúncias continuaram chegando de várias partes e a prática foi identificada em mais de 100 lojas. Então a Justiça entendeu que a empresa descumpria o acordo, o que deveria ter resultado em uma multa de mais de 250 milhões às Casas Bahia.
Roberto Senise Lisboa
O promotor do Consumidor na época, Roberto Senise Lisboa, teve uma postura diferente. Ele concordou em cobrar das Casas Bahia, um milhão de reais pelo descumprimento do acordo. Mas o caso deu uma reviravolta a partir de uma denúncia de uma ex-mulher do promotor. Ela afirmou que Senise cobrava propina de empresas que eram investigadas por ele, inclusive as Casas Bahia.
A Procuradoria Geral de Justiça denunciou o promotor, um advogado e um ex-executivo da empresa por corrupção e lavagem de dinheiro. Os três são réus em um processo que está em andamento no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Da Redação com R7
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