Cerca de 70 policiais militares vão participar de um curso de complementação para o trabalho de combate à violência contra a mulher. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (11) durante o 1º Seminário de Prevenção à Violência Doméstica Contra a Mulher, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.
"O curso começa na próxima segunda-feira e tem duração de uma semana. Serão duas turmas de 35 pessoas cada. Um dos grandes avanços do nosso Estado é a gente estabelecer protocolo de segurança para que esses militares, ao chegarem nas casas, tenham uma atitude mais proativa, em que se identifique o foco da violência. Na primeira viatura que chega, que nós chamamos de 'primeira resposta", o policial faz a qualificação imediata das pessoas envolvidas, busca identificar o agressor, e se ele estiver em flagrante delito vai tomar as providências de praxe", disse o coronel Alexandre Magno de Oliveira, diretor de apoio operacional da Polícia Militar.
"O segundo momento, que nós chamamos de 'segunda resposta', é um momento mais qualificado. É quando a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica vai até a localidade, mesmo que a vítima não chame, faz contato com as pessoas que foram vítimas e começa a trabalhar para evitar a repetição e quebrar o ciclo da violência", explicou o militar.
Segundo o coronel, os militares vão participar do curso de complementação e irão para as cidades em que mais ocorrem casos de feminicídio no Estado.
A abertura do seminário contou com a presença do governado de Minas Gerais, Romeu Zema.
"O que eu sinto com relação aos casos contra a mulher, feminicídios principalmente, é uma grande frustração. Frustração porque, na grande maioria dos índices, nós temos feito grandes avanços. Mas, nos casos de feminicídios, não. Vale lembrar que esse tipo de crime abrange todas as classes sociais. Eu quero muito no meu governo que nós mudemos a realidade. Minas já ficou famosa por causa de alguns casos (de violência contra a mulher) que eu mesmo assisto desse criança. Eu era pequeno e me lembro que teve o caso da Ângela Diniz. Tenho certeza que com esse tipo de trabalho - eliminar seria um sonho -, mas pelo menos vamos conseguir reduzir muito esse tipo de fato que mancha o nome de nós mineiros. A integração entre as forças de segurança é fundamental", destacou o político.
Novo Programa
Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, general Mario Araújo, o Estado também vai realizar o piloto de um programa.
"Vamos iniciar a fase de experimentação de um programa que vai chamar MG Mulher, com vistas a dar melhores condições de proteção às mulheres que gozam das medidas protetivas baixadas pelo poder judiciário. É um trabalho de tecnologia da informação desenvolvido pela Polícia Civil e será integrado com a Polícia Militar. Inicialmente, será implantado na região metropolitana e depois vai para o interior de Minas", afirmou o general.
O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Wagner Pinto, acredita que não existe falha nas ações de combate da violência.
"Não existe falha. Existe uma busca de aperfeiçoamento e melhoria constante. O trabalho vem sendo feito da forma correta. A mulher deixou a submissão e está partindo para as denúncias efetivas. Nós estamos atentos, criamos um núcleo de feminicídios e queremos reduzir os números", finalizou.
O seminário tem previsão de encerramento às 16h desta segunda-feira.
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