Cassação, renúncia e crise financeira: A turbulência política que marcou 2019 e paralisou Sete Lagoas

Sete Lagoas viveu em 2019 um dos piores momentos de sua história política: cassação do prefeito Leone Maciel e vice-prefeito Duílio de Castro, renúncia do ex-prefeito Leone, crise política e financeira no Município.

A gestão do ex-prefeito Leone Maciel e Duílio de Castro atual prefeito municipal foi de muita turbulência e polêmicas durante o ano de 2019.

Após a cassação de prefeito e vice-prefeito no final de 2018, Leone e Duílio perderam o controle político e financeiro do município, ocasionando assim o afastamento da grande maioria dos vereadores da base, que terminou na derrota do vereador Marcelo Cooperseltta (candidato com apoio do prefeito Leone e vice Duílio) à presidência da Câmara Municipal para o biênio 2019/2020.

Leone Maciel e Duílio de Castro vieram se desgastando desde a cassação em primeira instância que ocorreu no dia 16 de agosto de 2018. A falta de articulação política fez com que ambos perdessem o apoio da base que os elegeram em 2016, sendo que após a cassação em segunda instância que culminaria no afastamento da chapa Leone e Duílio, a crise política ficou ainda pior.

Juntamente com a crise política, Leone e Duílio tiveram o desgaste da crise financeira, que ocasionou meses de atrasos no salário dos servidores municipais, que só foram possíveis serem totalmente quitados no final deste ano de 2019, apesar do 13º salário atual ainda não ter sido totalmente quitado pela atual gestão do ex-prefeito e atual Duílio de Castro.

Durante a crise financeira, o ex-prefeito Leone Maciel nomeou mais de 300 cargos comissionados além de esposa, genro e concunhado, para cargos de alto escalão no Município.

Após denúncia feita com exclusividade pelo Site Mega Cidade, o fato se tornou notícia na imprensa nacional, o ex-prefeito Leone Maciel não suportou a pressão popular e dias antes da publicação do acórdão (decisão que afastaria ele e seu vice Duílio dos cargos), Maciel entregou uma carta de renúncia ao presidente da Câmara Municipal, Cláudio Caramelo.

Então, o vice-prefeito Duílio de Castro assumiu o cargo de prefeito e poucos dias depois, em 21 de março deste ano de 2019, foi afastado do cargo pelo TRE-MG, pelo motivo da cassação por uso indevido de meio de comunicação.

A Justiça determinou que o presidente da Câmara, Cláudio Caramelo, assumisse o cargo de prefeito e  em seguida seriam convocadas novas eleições. No dia 2 de março de 2019, Caramelo assumiu a Prefeitura com a folha de dezembro e metade do 13º Salário de 2018 atrasados, sendo que em três meses efetuou o pagamento de três folhas: duas de sua gestão (março e abril) e uma herdada pela gestão Leone e Duílio (dezembro de 2018).

O TRE-MG convocou eleição para o dia 2 de junho deste ano de 2019, que estava sendo disputada pelos candidatos Caramelo, Emílio Vasconcelos, Ronaldo Canabrava, Mestre Tranquilo e Ramsés de Castro. Mas, na semana em que antecedia o pleito, o STF julgou o recurso do prefeito cassado Duílio de Castro e o mesmo acabou sendo absolvido, ocasionando assim o retorno do mesmo e o cancelamento das eleições. Duílio de Castro tomou posse novamente pela terceira vez, sendo uma como vice do ex-prefeito Leone Maciel e duas vezes como prefeito.

Continuidade da crise financeira

Após a retomada ao cargo de prefeito, Duílio de Castro exonerou todos os cargos comissionados no intuito de descolar sua imagem do ex-prefeito Leone Maciel e com o objetivo de economizar junto aos cofres públicos, tendo em vista que naquele momento havia ainda o atraso do 13º/2018 deixado pela chapa Leone e Duílio.

Mesmo com a medida radical, o ex vice-prefeito e atual prefeito Duílio de Castro ainda não conseguiu organizar a casa, deixando parte do pagamento do 13º/2019 para janeiro de 2020.

Com a crise política e financeira, o Município teve um ano praticamente parado, tanto na economia quanto no desenvolvimento, tendo em vista que a Prefeitura de Sete Lagoas é o maior empregador, com milhares de servidores.