
O governo Bolsonaro propõe o fim da estabilidade para parte dos novos servidores na proposta de reforma administrativa enviada ao Congresso nesta 5ª feira (3.set.2020). A mudanças valerão para os funcionários do governo federal, Estados e municípios.
Quem já ingressou nas carreiras manterá estabilidade e não terá corte de salário, diz a equipe econômica. As novas regras também não valerão para o membros do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público. Eis a íntegra da apresentação (2 mb).
Essa é a 1ª fase da reforma. É uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), pois propõe alterações no texto constitucional. Outras mudanças serão sugeridas via projetos de lei. O texto foi enviado ao Congresso Nacional, que deve analisar e votar a proposta.
O governo não informou o impacto fiscal da medida, se aprovada. Disse que isso será feito na 2ª etapa.
Reprodução/Ministério da Economia A reforma administrativa terá 3 fases. A 1ª é uma PEC. A fase 2 será o envio de 1 projeto de lei complementar (PLP) e 6 projetos de lei (PL). A fase 3 será a apresentação de 1 projeto de lei complementar
O texto detalha mudanças para os futuros funcionários públicos. A reforma cria 5 vínculos distintos, em vez de 1 regime único para servidores.
Duas terão de passar por concurso: as carreiras típicas de Estado (diplomatas, auditores da Receita, etc.), que continuarão a ter estabilidade depois de estágio probatório de 3 anos; e os contratos por tempo indeterminado, sem estabilidade.
Os contratos temporários não exigirão concurso. Poderão ser objeto de demissão em caso de restrição fiscal, por exemplo.
Eis a lista de outras mudanças propostas pelo governo:
O valor pago com a folha de servidores corresponde a 16% de tudo o que é gasto pela União. Em 2001, o governo pagou R$ 63,2 bilhões em salários, em valores nominais. A quantia subiu para R$ 313,1 bilhões em 2019. Subiu mais do que o dobro da inflação no período.
De 2018 para 2019, a alta foi superior a 5%, enquanto a inflação do ano passado foi de 4,31%.
Muitos desses aumentos foram concedidos em 1 momento de séria restrição fiscal do país. O governo federal tem rombo nas contas públicas desde 2014. Não há expectativa de o país sair do vermelho nos próximos 6 anos.
O secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio de Andrade, o secretário especial adjunto, Gleisson Rubin, e o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Wagner Lenhart, concederam entrevista sobre a PEC. Assista abaixo:
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) e o deputado Ricardo Barros (PP-PR) entregam às 18h a PEC ao Congresso.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) sugeriu que seja criado 1 colegiado para a reforma administrativa nos moldes do que analisa a reforma tributária: uma comissão mista (formada por deputados e senadores). Esse tipo de comissão não é previsto no regimento das Casas. Ao sair dela, a proposta começa seu caminho na Câmara passando por todas as comissões, seguindo todos os prazos necessários.
Na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, deve autorizar a recriação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para o início da análise do texto. Por causa da pandemia de covid-19, as comissões estão com os trabalhos paralisados.
Na CCJ, os deputados analisarão se o texto fere algum princípio constitucional. O colegiado não analisa o mérito do texto. Os deputados terão o prazo de 5 sessões para votar 1 parecer que será elaborado por 1 relator –ainda não definido.
Com a constitucionalidade e o parecer do relator aprovados na CCJ, o presidente da Câmara criará uma comissão especial formada por deputados que irão discutir o mérito da matéria. Nessa etapa mudanças poderão ser propostas, através de emendas.
A comissão especial terá o prazo de 40 sessões para votar 1 parecer que também será apresentado por 1 relator, que ainda será escolhido.
Aprovado pelo colegiado especial, a PEC será votada no plenário da Câmara. Lá, precisará de ao menos 308 votos dos 513 deputados, em 2 turnos de votação.
Entre os 2 turnos, é preciso esperar 1 intervalo de 5 sessões. Caso a PEC não alcance o número mínimo necessário de votos, será arquivada.
No caso de ser aprovada pelos deputados, a PEC segue para a CCJ do Senado. Logo depois, vai ao plenário, onde precisará de ao menos 49 votos entre os 81 senadores, também em 2 turnos de votação.
Caso haja alguma alteração feita pelos senadores no texto inicialmente aprovado pelos deputados, a proposta volta para ser reanalisada pela Câmara. Aprovada com o mesmo conteúdo, segue para promulgação do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre.
A PEC não precisa ser enviada para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Depois da promulgação, as novas regras passam a valer.

Cassação Câmara dos deputados cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e delegado Ramagem
Cassação TRE de Minas Gerais cassa mandato do vereador Lucas Ganem, mas parlamentar de Belo Horizonte ainda pode recorrer da sentença
Presente de Natal Vereadores de Divinópolis aprovam aumento dos próprios salários
Eleições 2026 O que disse o senador Flávio Bolsonaro ao senador mineiro Cleitinho?
´Cordisburgo Vereador Lucão é eleito novo presidente da Câmara Municipal de Cordisburgo para 2026
Nomeação Prefeitura de Sete Lagoas nomeia Anderson Moura como secretário de Desenvolvimento Econômico
Doação Em Pedro Leopoldo, prefeitura doa terreno para empresário que fez doação para a campanha do atual prefeito
Aprovação Câmara aprova projeto que reduz penas de Bolsonaro e condenados por tentativa de golpe
Contas públicas Índice de transparência da Câmara Municipal de Sete Lagoas cai cerca de 40% e volta a nível intermediário Mín. 16° Máx. 29°


