Em Sete Lagoas, a eleição de novembro será o desfecho de um processo turbulento, que vem desde o último pleito municipal, em 2016, e envolveu a cassação do então prefeito Leone Maciel (MDB).
Ex-vice de Leone e atual prefeito, Duílio de Castro (Patriota) deve concorrer à reeleição pela coligação Unidos para Sete Lagoas Seguir Avançando, formada por Republicanos, PP, PDT, Podemos, PSC, PV, PSDB, Patriota e Solidariedade. O pré-candidato a vice é Euro Andrade (PP), escolha que causou mais controvérsia no ambiente político do município.
Até então, o PP era considerado aliado do deputado estadual Douglas Melo, que é pré-candidato à prefeitura pelo MDB. No início deste mês, entretanto, a legenda surpreendeu ao anunciar que apoiaria a reeleição de Duílio de Castro.
À reportagem, Douglas Melo afirmou que o rompimento teria acontecido porque o PP queria trocar o apoio por cargos na administração pública no caso de uma eventual vitória. “Não vou lotear secretarias nem fazer acordos com partidos por cargos. E não cederei à pressão de ninguém”, afirmou o pré-candidato do MDB, que tem como postulante a vice Delegada Stefânia (PSL). Os dois fazem parte da coligação O Povo Quer Renovação, que também inclui Democratas, PL, Avante, PSD e PROS.
A reportagem entrou em contato com o presidente do PP em Sete Lagoas, Américo Tadeu Machado, mas ele não havia respondido até a conclusão desta reportagem.
Relembre
Em dezembro de 2018, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) cassou o mandato do então prefeito Leone Maciel (MDB) e de seu vice, Duílio de Castro (Patriota), por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social na campanha de 2016.
Foi determinada a realização de novas eleições na cidade. Entretanto, como ainda cabia recurso, os dois políticos poderiam ficar no cargo até que eventuais embargos declaratórios fossem julgados. Apesar disso, em março do ano passado, Leone Maciel renunciou ao mandato alegando ingovernabilidade, após uma crise financeira e política.
Com isso, Duílio de Castro assumiu a prefeitura, mas não por muito tempo. Quinze dias depois, o TRE mineiro publicou a decisão que cassou o mandato da chapa eleita em 2016.
O então presidente da Câmara Municipal, Cláudio Caramelo (PRB), tomou posse como prefeito. Dois meses depois, porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reverteu a decisão, e Duílio foi mantido como prefeito. Com isso, as novas eleições, que estavam marcadas para junho do ano passado, foram canceladas.
Posição
Procurado pela reportagem na manhã desta terça-feira (22), o prefeito Duílio de Castro avisou que não teria tempo hábil para se manifestar.
Apenas dois nomes já se registraram
Dos sete pré-candidatos escolhidos em convenções partidárias para concorrer à Prefeitura de Sete Lagoas, na região Central de Minas, apenas dois tinham oficializado a candidatura na Justiça Eleitoral até a tarde desta terça-feira (22).
Um deles é Saulo Calazans (Rede), que disputa o cargo ao lado de Eber França (Rede), postulante a vice na chapa puro-sangue. O outro é Coronel Peçanha (Cidadania), que tem como vice Dóris Andrade (PTB) na coligação que conta com o apoio do PTC.
PT e PSOL se uniram com Claudinei Dias (PT), que disputa a prefeitura ao lado da pré-candidata a vice Carol Leão (PSOL).
O PMN optou por chapa puro-sangue encabeçada por Ramsés de Castro, que tem Adriana Estanislau como postulante a vice. Outro partido que não quis se coligar é o PSB. A sigla lançou Emílio Vasconcelos na disputa pela prefeitura ao lado de Elson Ferreira da Silva como vice-prefeito.
Os partidos tem até o próximo sábado para registrarem as candidaturas.
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