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Com hidrelétricas em nível baixo, conta de luz ficará ainda mais cara

Uso de termoelétricas para suprir consumo terá reflexo em bandeiras tarifárias

14/05/2021 às 11h56
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com O Tempo
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Os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste fecharam o período chuvoso com um baixo nível de água e atualmente estão com apenas 33,47% da capacidade de armazenamento de energia, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).

É o menor nível desde 2015, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). A expectativa é que, como naquele ano, o consumidor passe a cobrir o custo adicional de geração de energia por termoelétricas, com o pagamento das bandeiras tarifárias na conta de luz até o fim do ano.

Em Minas, o nível de dois dos sete maiores reservatórios preocupa a Cemig. É o caso da hidrelétrica de Nova Ponte, no Alto Paranaíba, que está com 16,7% de armazenamento, e da usina Emborcação, em Araguari, no Triângulo Mineiro, que está com 22,7%.

“Temos dois reservatórios que preocupam bastante. É o caso de Nova Ponte e Emborcação, que finalizaram o período chuvoso com armazenamentos muitos baixos. É o pior armazenamento do histórico deles, considerando o final da estação úmida. Esses baixos níveis no início do período de estiagem preocupam bastante, porque as vazões que nós estamos imaginando, ao longo desse período seco, são muito ruins, em alguns casos, batendo recordes com as piores vazões durante a seca” diz Ivan Sérgio Carneiro, gerente de Planejamento Energético da Cemig. 

Racionamento

A situação no país é tão crítica que executivos do setor avaliam que, não fosse a queda de demanda provocada pela pandemia, o Brasil correria o risco de racionamento já em 2020.

“A situação dos reservatórios é bem crítica, talvez a pior dos últimos anos, compatível a 2014, quando a gente esteve à beira de um racionamento. O último foi em 2001”, diz Raimundo de Paula Batista Neto, diretor presidente da Enecel Energia.

Segundo Batista Neto, o país está caminhando para uma situação semelhante à vivenciada em 2014.

“O consumidor pode se preparar porque vai pagar uma bela conta de luz. O problema é que não choveu nos reservatórios, que foram usados de forma indevida ano passado. Na nossa situação, não há nada a fazer a não ser acionar as térmicas e talvez pedir ao consumidor para não consumir energia, o que é difícil. Então, a saída é aumentar a conta de luz”, afirma.

Grande parte da matriz elétrica nacional é constituída por usinas hidrelétricas, que fazem parte do sistema interligado nacional. Quando as hidrelétricas estão relativamente vazias – como é o caso do Sudeste – é necessário que o suprimento enérgico venha de outra fonte.

É aí que as termoelétricas são acionadas, para suprir a necessidade energética do país.

“Já temos uma quantidade de termoelétricas acionadas há bastante tempo no país. O sistema é interligado, então independente de termos um déficit de armazenamento nos reservatórios no Sudeste, esse risco de racionamento de energia, segundo o ONS, não existe”, afirma Carneiro, da Cemig. 

Consumidor mineiro já paga bandeira vermelha desde abril

Desde 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) antecipa parte dos custos do uso das termoelétricas por meio da cobrança mensal de bandeiras tarifárias sobre a conta de luz.

Em maio, já com as perspectivas negativas para o ano, foi acionada a bandeira vermelha nível 1, que acrescenta R$ 4,17 para cada 100 kWh consumidos.

Em Minas, os consumidores já estão sendo tarifados com a bandeira vermelha desde abril. “Nós já estamos com a bandeira vermelha, que tem dois patamares. Ainda estamos no primeiro patamar. Mas tudo indica que, devido à atual condição de armazenamento e às vazões esperadas serão muito ruins, o período seco vai ser com bandeira vermelha”, diz Ivan Sérgio Carneiro, gerente de Planejamento Energético da Cemig. 

Na semana passada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o ONS a utilizar todos os recursos disponíveis para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, “sem limitação nos montantes e preços associados”.

Já na última segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores que o problema é sério e vai dar “dor de cabeça”.

O ONS disse que acompanha de perto a situação de 161 reservatórios no país. “A situação requer atenção, já que estamos atravessando um período hidrológico desfavorável, mas o importante, neste momento, é garantir que estamos realizando todas as ações necessárias para operar o sistema com segurança e de forma a atender a demanda elétrica do país”, afirmou.

(Com agências)

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