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Política Eleições 2022

Vereadora Duda Salabert mira o Senado

Parlamentar mais votada na capital mineira tenta uma articulação para disputar a vaga no Senado em 2022 em possível chapa do prefeito Alexandre Kalil

09/06/2021 às 10h31
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com O Tempo
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A disputa pela vaga para o Senado em uma possível chapa majoritária com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) ao governo estadual em 2022 ganhou mais uma pretendente.

A vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT), candidata provável em alguma disputa federal no ano que vem, revelou que já articula pela vaga ao Senado na chapa de Kalil. Com isso, ela abre uma disputa interna no PDT pela indicação.

Em uma corrida que poderá ter nomes como o do senador Antonio Anastasia (PSD), do presidente estadual do PSD, Alexandre Silveira, e do deputado Reginaldo Lopes (PT), a vereadora tenta primeiro se cacifar dentro do próprio partido para a indicação. O presidente estadual do PDT, deputado Mário Heringer, também disputa a vaga. 

Segundo a vereadora mais votada de BH, ela já conversou com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e também com articuladores ligados a Kalil e externou sua pretensão.

“Ele (Lupi) reconheceu a legitimidade da minha candidatura, e coloquei a importância de o PDT ficar com essa vaga. Na semana passada, tive uma reunião com o secretário de Governo da prefeitura, Adalclever Lopes, para tratar de políticas socioambientais para a cidade e aproveitei para falar da minha pretensão. Ele me afirmou que ainda estão analisando os cenários, mas que não enxerga problema algum que a gente faça esse diálogo com o PSD e com o Kalil”, contou Duda que é vice-presidenta estadual e municípal do PDT. De acordo com a vereadora, ela pretende conversar com o prefeito e também com as lideranças do PSD sobre a possibilidade de lançar seu nome na chapa. 

Pedetistas e o prefeito de BH têm estreitado os laços. Em fevereiro, Carlos Lupi veio à capital e se encontrou com Kalil. Na ocasião, afirmou que é entusiasta de uma possível candidatura do prefeito ao governo de Minas. O PDT compôs a coligação na reeleição do chefe do poder Executivo municipal em 2020, e Kalil apoiou a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República em 2018. 

Disputa interna

O presidente estadual do PDT, deputado Mário Heringer, afirmou que ainda não foi procurado pela vereadora Duda Salabert para tratar do assunto.

“Há entre a gente um combinado de ela ser candidata a deputada federal. Ela não me disse sobre nenhuma outra pretensão. Além disso, todo o partido sabe que o meu nome está indicado para a vaga (ao Senado) pela presidência nacional. Eu sei que ela (Duda) já ligou para o presidente nacional, que me comunicou porque eu sou o presidente estadual, mas a precedência é minha”, afirmou Heringer. 

O deputado disse que essa discussão ainda vai ser levada ao diretório estadual. “Vamos discutir isso ainda. Não tem problema ela querer e se for o caminho a ser seguido pelo partido, vamos seguir. Mas eu entendo que não precisamos de divisão no PDT agora, precisamos é de união para fortalecer o partido em Minas Gerais, continuando o que combinamos e programamos. Combinado não sai caro”, completou. 

Já para o vereador e presidente municipal do PDT, Bruno Miranda, tanto Duda Salabert como Mário Heringer possuem legitimidade para disputar a vaga.

“São excelentes nomes. Ainda temos tempo para avaliar o cenário e definir. Fico feliz em ter no PDT, hoje, a condição de lançar uma chapa forte ao Senado e contribuir com palanque em uma chapa majoritária para o Ciro em Minas”, avaliou Miranda.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também foi pocurado para comentar o assunto, no entanto ele não respondeu aos contatos até a publicação da matéria.   

Ameaças mudaram planos de vereadora 

Em seu primeiro mandato no Legislativo municipal, Duda Salabert foi eleita com a promessa de cumprir os quatro anos como vereadora.

No entanto, a parlamentar afirmou que, devido às ameaças de morte que sofreu, entidades internacionais, como a ONU e a Comissão InterAmericana de Direitos Humanos, a aconselharam a tentar um cargo na esfera federal para ter apoio e proteção da Polícia Federal (PF) e também a mudar de cidade.

“Pela votação que nós tivemos e pelo apoio popular que nós temos, entendo que nossa participação é importante aqui em BH e no Estado para ajudar a reorganizar o campo progressista aqui. No entanto, esse projeto pode ser freado devido a essas ameaças de mortes e orientações de entidades internacionais”, explica.

Em dezembro de 2020, a escola onde Duda dava aulas recebeu um e-mail com ameaças à vereadora e à escola caso Duda continuasse no corpo docente da instituição de ensino. A vereadora foi demitida do emprego. 

Adversários do PSD e PT

Pessoas ligadas ao grupo do prefeito Kalil avaliam o nome de Duda Salabert como um quadro importante a ser considerado, no entanto acreditam que existem nomes com maiores vantagens nesta disputa, como é o caso do senador Antonio Anastasia, que é do mesmo partido do prefeito e poderia tentar a reeleição.

O presidente estadual do PSD, Alexandre Silveira, também aparece forte na disputa. Além de ser liderança no partido do prefeito, o suplente de Anastasia conta com o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), tido como aliado de Kalil em 2022. 

Correndo por fora, o PT tenta articular a vaga na chapa para o deputado federal Reginaldo Lopes, apesar de o partido ter anunciado que lançará uma chapa majoritária própria para servir de palanque para o ex-presidente Lula no ano que vem. 

Como trunfo para ganhar espaço na disputa com outros nomes de peso da política mineira, a vereadora Duda Salabert aposta na expressiva votação que recebeu na eleição de 2020 – foram 37 mil votos, maior votação na história da capital. “Não tenho dúvida de que hoje em Minas sou o principal quadro dentro do PDT em relação a número de votos”, ressaltou.

Procurado para comentar as articulações em uma possível chapa de Kalil ao governo estadual em 2022, o secretário de Governo, Adalclever Lopes (MDB), não se manifestou. No mês passado, Lopes afirmou que a construção política ainda não teve início porque o prefeito está focado na pandemia e não nas eleições de 2022.  

Simbolismo

A princípio, Duda é nome certo para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados, no entanto sua pretensão é à vaga ao Senado. Na avaliação da parlamentar, o nome dela na chapa majoritária “ajudaria a puxar votos progressistas para a candidatura de Kalil ao governo”. 

Em 2018, Duda se candidatou ao Senado pelo PSOL – partido que se desfiliou em 2019 – e ficou em oitavo lugar, com 351.874 votos recebidos. Ela foi a primeira candidata trans a disputar uma vaga ao Senado e, se eleita, será a primeira mulher transexual a ocupar uma cadeira na Casa Legislativa.

“Há também uma dimensão simbólica na minha candidatura. Senado significa casa dos senhores, então ter uma mulher transexual é extremamente simbólico. Além disso, a idade mínima para disputar o Senado é 35 anos, e 35 anos é expectativa de vida de uma mulher transexual no Brasil”, ressaltou Duda.

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