Os restos mortais de Dom Phillips e Bruno Pereira podem ter sido encontrados em um local que fica a 3,1 km de onde os objetos do jornalista e do indigenista haviam sido localizados anteriormente, de acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, durante coletiva na noite desta quarta-feira (15).
Segundo ele, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou o crime na noite de terça-feira (14) e foi levado até o local onde o crime aconteceu.
Segundo Fontes, o homem mostrou onde os homens foram mortos e onde a embarcação que eles utilizavam foi afundada. Depois, levou os policiais até a região onde os corpos foram enterrados. O material encontrado no local foi encaminhado para um laboratório da Polícia Federal, para que haja a confirmação da identidade das vítimas.
Fontes disse ainda que foi feita a reconstituição do crime e que a investigação corre de maneira sigilosa. “Novas prisões devem acontecer a qualquer momento”, disse o superintendente. Além de Pelado, mais uma pessoa foi presa pelo possível homicídio dos homens desaparecidos.
A violência no Vale do Javari, na divisa do Amazonas com as fronteiras de Peru e Colômbia, é cotidiana para os indígenas. A investigação da força-tarefa verifica se o assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira estava ligado à "máfia do peixe", ou seja, à pesca ilegal de determinadas espécies, como o pirarucu, conhecido como o bacalhau da Amazônia.
Dom Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última vez há cerca 10 dias, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.
O indigenista denunciou que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre essa denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região.
Com Agência Brasil
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