Um motorista de aplicativo de 25 anos foi assassinado em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite dessa quarta-feira (7). Willian Master Amorim Santos trabalhava no momento em que foi assassinado. O pai do jovem disse à reportagem que está arrasado e sente que “o mundo acabou”. Nenhum suspeito foi preso até o momento.
O motorista levava um casal quando o crime ocorreu. A Polícia Militar, após levantar informações no local, desconfia que a vítima estava conectada a um aplicativo de transporte. Testemunhas informaram aos militares que Willian trafegava pela avenida Presidente Castelo Branco quando, por volta das 22h, foi fechado por um veículo branco – um Citroen AirCross ou KIA Soul.
Na sequência, os criminosos que estavam no carro branco teriam ordenado que Willian saísse do veículo que dirigia, um Ford Ka prata. “Vai pagara ou não vai? Vai pagar ou não”, falaram os autores, sempre conforme versão de testemunhas à PM, antes de realizar disparos contra o motorista. Ele foi baleado sete vezes em regiões diversas: cabeça, tórax, ombro e braço direito.
Após o assassinato, os passageiros pegaram o celular de Willian e a chave do carro dele antes de fugir. Os policiais militares tentaram encontrar o casal, mas não tiveram sucesso.
Willian estava trabalhando como motorista de aplicativo desde o ano passado. Assim como muitos brasileiros, perdeu o emprego devido à pandemia do novo coronavírus e recorreu ao volante para levar o sustento à família. José Geraldo Amorim Santos, pai do rapaz, diz estar “sem chão”.
“O sentimento é de que meu mundo acabou. A gente luta, trabalha tanto, para acontecer isso. Este carro eu comprei no começo do ano para ele trabalhar, pois estava alugando veículos. A sensação é que eu sou culpado por isso ter acontecido. Parece que comprei o carro para meu filho ser morto”, diz emocionado.
O rapaz, segundo o pai, não tinha envolvimento com drogas e nem dívidas. Tudo isso aumenta ainda mais o mistério da motivação da morte. “O Willian sempre lutou para trabalhar, para ter o próprio dinheiro. Nunca dependeu de mim e da mãe para ter o próprio sustento. É revoltante. Estou sem chão”.
“Uma pessoa veio e destruiu a minha família, matou meu filho que trabalhava. O pior de tudo é que não fica preso. Só acredito na justiça de Deus, pois na do homem não. Respeito as leis e tudo mais, porém não tenho confiança”, desabafa.
Willian deixa um filho que no final do mês vai completar 2 anos. “Ele sempre lutou para estar com meu neto e dar o melhor para ele. Sei que neste mundo a gente não fica para sempre, mas meu filho tinha uma vida pela frente. Eu preferia ir no lugar dele”.
Até o fechamento do registro, nenhum suspeito foi localizado e preso, apesar das buscas feitas pela PM. O caso será investigado e a ocorrência foi encerrada na 12ª Delegacia Especializada de Investigação de Homicídios de Santa Luzia.
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