A jornalista Adriana Oliveira fez uma reportagem especial sobre trabalho análogo à escravidão para o Dia das Trabalhadoras Domésticas, no jornal “Bahia Meio Dia”, afiliada da Globo. Entre as pessoas entrevistadas estava Madalena Silva, uma mulher negra que trabalhou desde os 8 anos sem receber salário e ainda sofreu diversos abusos. Durante a conversa, a mulher confessou para a repórter que possuía receio de tocar na mão dela por ser de uma pessoa branca.
Madalena foi resgatada em março deste ano, após trabalhar 54 dos seus 62 anos de vida em situação análoga à escravidão. A mulher mora hoje em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, em uma casa mobiliada com a ajuda de uma amiga. Ela relata que durante seus anos trabalhando na casa dos ex-patrões, nunca recebeu salário, era maltratada e ainda sofreu golpes da filha dos empregadores, que fez empréstimos no nome dela e ficou com R$ 20 mil da aposentadoria da mulher.
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“Sua mão é linda, sua cor é linda. Olhe para mim, aqui não tem diferença. O tom é diferente, mas você é mulher, eu sou mulher. Os mesmos direitos e o mesmo respeito que todo mundo tem comigo, tem que ter com você”, disse a jornalista de forma enfática.
Nas suas redes, a jornalista contou como foi vivenciar esse momento emocionante ao lado de Madalena. “Ainda tô impactada com o encontro com Dona Madalena. Ela foi vítima de uma violência brutal por 54 dos 62 anos de vida. E dentro de uma casa ‘de família’ foi submetida à condições análoga à escravidão. Ela foi resgatada, em março, por auditores do Ministério do Trabalho”, escreveu.
“Hoje vivi um dos momentos mais emocionantes nos 27 anos de profissão. Ainda tem muita luta!!”, finalizou a repórter.
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