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A história do Juquinha: o guardião da Serra do Cipó

22/06/2022 às 16h51
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com Conheça Minas
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A história do Juquinha: o guardião da Serra do Cipó

Simples, alegre, sorridente, lendário e até enigmático. Este é o Juquinha da Serra do Cipó. Se não é o mais famoso, é um dos mais famosos personagens populares de Minas Gerais. Juquinha era tão cativante que foi imortalizado em duas estátuas, pela sua história de vida e amor pela Serra do Cipó. Imortalizado também no coração de quem o conheceu e mesmo pelas novas gerações, que se encantam com as histórias da vida do Juquinha. 

José Patrício, esse era o seu nome. Juquinha era o apelido carinhoso e ele gostava de ser chamado assim. De origem bem humilde, vivia nas montanhas com seus dois irmãos. Sobrevivia colhendo flores que dava aos turistas em troca de roupas e comida. As vezes recebia moedas e sempre agradecia, tirando o chapéu e sorrindo para as pessoas. Era esse jeito simples que cativava as pessoas, tornando-o muito querido na região. (fotografia acima de Nacip Gômez da estátua do Juquinha na Serra do Cipó)

Seu estilo vida isolado entre as montanhas, criava em torno de si lendas e histórias muitas das vezes exageradas. Uns diziam que ele já mamou em loba e que comia escorpiões. Falavam ainda que era imune a veneno de cobras, tendo sido picados dezenas de vezes e nada acontecido. Até sua idade era motivo de lenda. Muitos diziam que ele tinha mais de cem anos e que morreu duas vezes. Morreu uma vez e ressuscitou.

Numa noite, seu irmão o encontrou deitado, com o corpo inerte e bem rígido. Seu irmão não sentiu pulsação e nem batimentos cardíacos, concluindo que o Juquinha estava morto. Prepararam o velório e com muita tristeza lá estava o povo, triste com a notícia, até que o Juquinha se levanta do caixão, deixando todos assustados e perplexos.(fotos acima extraídas de arquivos antigos dos anos 70. Não identificamos a autoria)

Juquinha sofria de catalepsia, quando em crise a doença provoca enrijecimento dos músculos do corpo, dando a impressão de que a  pessoa está morta. Naquela época o conhecimento sobre essa doença era mais restrita aos círculos médicos. O povo não entendia essas questões médicas e acreditava mesmo que ele tinha morrido e ressuscitado. Esse fato gerou mais lendas ainda sobre o Juquinha. Muita gente acreditava ser o misterioso ermitão da Serra do Cipó um ser imortal, enviado pelos deuses ou até mesmo um Extra-terrestre que veio para cá.

Sua vida foi cercada de mistérios e lendas, sua morte também. Faleceu em 1983, mas ninguém sabe informar com precisão o dia exato e nem sua idade verdadeira. Nem mesmo os parentes souberam dizer. 

Mesmo após sua morte, o velho Juquinha deixou saudades. Era a alegria da Serra do Cipó e seu sorriso e simplicidade encantava a todos. Em 1987 os prefeitos de Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro encomendaram junto a artista plástica Virgínia Ferreira uma estátua do Juquinha. Assim foi feito e a estátua foi instalada numa parte alta da Serra do Cipó a 1 km da portaria da Capivara. Quem passa pela estrada, pode vê-la no horizonte, como podem ver na foto acima que eu fotografei de dentro do ônibus, na MG 010.

Posteriormente, foi construída outra estátua do Juquinha na Rodovia MG 010, km 117, em Santana do Riacho (na foto acima, com Sila Moura), onde Juquinha é retratado na sua simplicidade, com flores nas mãos, dando boas vindas aos visitantes da Serra do Cipó. 

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