Jair Bolsonaro (sem partido) não compareceu à reunião com o CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, pois priorizou se encontrar com o cantor Amado Batista. A informação veio do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten, durante seu depoimento para a CPI da Covid-19 nessa quarta-feira (12).
De acordo com Fábio Wajngarten, a reunião com o CEO da Pfizer era para tratar da compra de doses do imunizante para o Brasil. No entanto, Bolsonaro preferiu não comparecer para poder participar de uma solenidade que celebrava o aniversário da Embratur, junto do cantor Amado Batista. O evento aconteceu no dia 17 de novembro do ano passado, quando o país havia atingido mais de 166 mil mortes pela Covid-19.
Conforme relatado por Wajngarten em seu depoimento, Carlos Murillo disse na reunião que seu desejo era de que o Brasil fosse “a vitrine da América Latina na vacinação da Pfizer”. Na sequência, o relator da CPI Renan Calheiros perguntou ao ex-secretário se Bolsonaro estava presente nessa reunião, ao que ele negou.
Nas redes sociais, os internautas revoltaram-se ao saber da informação de que Bolsonaro preferiu não comparecer à reunião de negociação da vacina Pfizer para ir a um evento com Amado Batista. “Se o país está numa pandemia, o que fazer: Opção A: reunião com a Pfizer sobre vacinas. Opção B: encontro com Amado Batista. Bolsonaro escolheu a Opção B”, comentou um usuário em seu Twitter. Confira mais comentários sobre o assunto:
a pfizer ia fazer o brasil de garota propaganda 450 milhões de dose o pais TODO imunizado em SETE MESES mas nao aconteceu pq o bolsonaro foi encontrar o amado batista ao inves de ir na reuniao pic.twitter.com/w7B6THUf5v
— larisza (@trainwrenck) May 13, 2021
Segundo o depoimento de Fábio Wajngarten na CPI da Covid, no dia 17/11/2020 houve uma reunião com o CEO da Pfizer sobre vacinas. O presidente @jairbolsonaro não participou. Na mesma data, ele optou por comparecer a um evento com o cantor Amado Batista.
— Metrópoles (de ðŸ ) (@Metropoles) May 12, 2021
🎥: @SamPancher pic.twitter.com/4SyU5ZaZfe
Seguinte, isso ACONTECEU.
— Felipe Neto (@felipeneto) May 13, 2021
O Presidente da Pfizer pediu reunião com Jair Bolsonaro para negociar a compra das vacinas pelo Brasil e usar o país como caso de sucesso no mundo.
A reunião aconteceu dia 17/11, mas Bolsonaro não foi.
Ele preferiu ir a um evento com Amado Batista. pic.twitter.com/HptVVlqg2o
O Brasil teria evitado pelo menos 5.000 mortes nos últimos meses caso o governo Jair Bolsonaro tivesse aceitado a oferta de vacinas da Pfizer em agosto do ano passado. É o que aponta cálculo feito a pedido do jornal Folha de S.Paulo pelo epidemiologista Pedro Hallal, professor da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) e coordenador do Epicovid-19, o maior estudo epidemiológico sobre coronavírus no Brasil.
Ele tomou como base as informações prestadas pelo gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, à CPI da Covid nesta quinta-feira (13). Segundo o representante do laboratório, a Pfizer fez oferta ao Brasil no meio do ano passado que previa o envio de 70 milhões de doses, das quais 4,5 milhões seriam entregues ao país de dezembro a março -1,5 milhão em 2020 e 3 milhões no primeiro trimestre de 2021.
O cálculo estima que 14 mil óbitos poderiam ter deixado de ocorrer considerando uma margem de erro que varia de 5.000 a 25 mil óbitos, chamado intervalo de confiança, caso essas doses tivessem sido adquiridas. Além disso, 30 mil internações em UTIs (unidades de tratamento intensivo) poderiam ter deixado de acontecer, com uma margem de erro que varia entre 23 mil e 37 mil hospitalizações.
Com Folhapress
Mín. 16° Máx. 26°