Pelo menos 47 pessoas foram presas por crimes contra o Meio Ambiente em Minas Gerais durante o ano de 2024. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) durante o lançamento da 2ª Fase da Operação “Verde Minas”.
O foco dos trabalhos será a prevenção às queimadas em todo estado de Minas Gerais e a prisão dos criminosos envolvidos em atividades ilegais de queimadas e incêndios
A ação ocorre em meio a um cenário de crise ambiental: Minas Gerais registrou em 2024 o maior número de incêndios florestais dos últimos cinco anos. Segundo balanço apresentado pelo Corpo de Bombeiros, já são mais de 14 mil ocorrências registradas em todo o estado entre janeiro e agosto deste ano.
Serão empregados aproximadamente 900 policiais militares do batalhão de Meio Ambiente, além de agentes da SEMAD, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) e outros órgãos.
A iniciativa vai contar com a utilização de imagens em tempo real via satélite, numa parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além da previsão de riscos através da ferramenta FCA (Fumaça de Coluna Atmosférica) e Disque Denúncia Unificado (DDU).
De acordo com o coordenador estadual adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes, além das operações, serão realizadas campanhas educativas e palestras para promover a conscientização sobre os riscos e danos decorrentes dos incêndios florestais e das queimadas irregulares em áreas urbanas e rurais, assim como em unidades de conservação e parques.
“O mês de setembro é, historicamente, o período mais seco. Estamos com cidades que não chove há mais de 100 dias. Por isso, estamos intensificando as campanhas educativas, inclusive em escolas, porque os jovens serão a sociedade de amanhã que terão a responsabilidade de evitar esses incêndios”, comentou.
Para frear o avanço das queimadas, o Corpo de Bombeiros instalou bases de operações em quatro unidades de conservação com histórico de incêndio. São elas: Serra do Rola Moça, Serra do Cabral, Alto do Mucuri e Cochá e Gibeão. Além disso, a corporação mobiliza agentes para monitorar os focos de calor em todo o estado diariamente.
“O Governo do Estado empenhou R$ 9,8 milhões para a aquisição de equipamentos e contratações de profissionais. Nós passamos a contratar brigadistas, treinar esses profissionais e contratar aeronaves para o combate aos incêndios florestais”, pontuou o tenente.
Apesar do contexto climático, as autoridades alertam que mais de 90% dos incêndios florestais são iniciados por pessoas. “Estudos comprovam que a maioria das ocorrências têm origem antrópica, ou seja, causados pelo homem. Em unidades de conservação, trata-se de crime ambiental”, explica o coordenador estadual adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes.
Hoje a corporação, segundo ele, investe em profissionais treinados em perícia de incêndios. Quando há suspeita de queima criminosa, os militares são acionados para verificar e identificar o agente causador das chamas.
O tenente coronel também orienta a população para evitar o risco de incêndios em áreas com vegetação: “Pedimos para não atear fogo em lixo ou entulho e não fazer capina em lotes urbanos ou rurais com uso do fogo para que a pessoa não perca o controle dessa queima e isso se transformar num grande incêndio”.
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