Maio de 2017. Em frente à Escola Estadual Dr. Arthur Bernardes, uma mulher é abordada por um homem claro, gordo, barba escura, idade entre 23 e 30 anos, dentro de um carro que, supostamente, é um Kia Sportage de cor vermelha. Ele pede à mulher que explique como chegar ao Hospital Nossa Senhora das Graças. Enquanto ela explica, o homem, repentinamente, exibe o pênis e começa a se masturbar em frente à mulher. Chocada, a vítima postou o lamentável acontecimento em redes sociais para alertar a população e, em especial, as mulheres. O Megacidade publica com exclusividade a primeira de uma série de denúncias de mulheres vítimas do maníaco sexual.
No dia 9 de maio, já são seis mulheres que relatam a mesma história, denunciam o mesmo homem, o mesmo fato. As denúncias não param de chegar à Redação do Megacidade. É praticamente um relato após o outro. A desculpa do maníaco é sempre a mesma para abordar as mulheres: como chegar ao hospital. Em seguida, a cena estarrecedora da masturbação em via pública, dentro do carro.
Os outros casos foram denunciados por mulheres em diferentes regiões de Sete Lagoas: orla a Lagoa Paulino, orla da Lagoa da Boa Vista, nas proximidades da funerária Pax de Minas e do Santuário da Adoração e na rua Olavo Bilac, próximo ao Supermercado Santo Antônio. Os relatos são dramáticos. “Aconteceu a mesma coisa comigo”, lamentou a mulher em contato com a reportagem.” Ele estava em um carro de mesmo modelo, na cor vermelho e me perguntou a mesma coisa. A descrição dele é a mesma. Claro, gordo com barba”, completou a segunda vítima.
“Eu estava nas proximidades do campo gramado no bairro Boa Vista. Estava dando a informação quando vi que o mesmo estava com a parte íntima à mostra. Foi quando saí correndo e nem sei como consegui atravessar a rua em meio a tantos carros”, relata. Para ela, o homem aparenta ter “uns 23 a 25 anos.” Outra vítima apareceu pouco depois da publicação da notícia. O fato aconteceu na orla da Lagoa Paulino
Mais uma mulher reconheceu o caso e entrou em contato com o Megacidade.com. “ O mesmo ( rapaz )fez isso comigo no dia 1º de maio deste ano. Eu estava indo para o banco Caixa no Centro e na rua perto do Santuário ele me abordou com a mesma informação, como que chegava no Hospital Nossa Senhora das Graças e quando vi estava masturbando com a mesma características e no mesmo carro. É um homem gordo, claro e com barba.”
O trauma ficou. “Eu não me esqueço dele”, diz, com tristeza.
O quarto caso registrado ocorreu rua Olavo Bilac, próximo ao supermercado Santo Antônio. A vítima M. relata que foi abordada por um homem com as mesmas características e o veículo também, e a pergunta foi a mesma: sobre onde era o hospital. Em seguida, ele começou a se masturbar.
No dia 10 de maio, sábado, surgem duas novas denúncias.
“Vi a reportagem sobre maníaco sexual”, inicia outra pessoa. “Ele atacou minha colega de serviço, que não quis denunciar pois ficou muita envergonhada e um pouco traumatizada, por ter pouco tempo que ela havia deixado a filha dela na creche e por questão de uns três minutos a filha dela presenciaria a cena também”, completa.
“Nós do serviço incentivamos muito ela a denunciar. Como ela não quis, a gente também não forçou ela a ir. Mas fizemos umas pesquisas e acho que descobrimos quem é. No dia do acontecido, minha colega disse que ele estava com uma blusa preta, óculos escuros, um carro preto que ela não soube identificar o modelo.” Segundo o relato desta pessoa, o rapaz usava o uniforme de uma empresa. Fizeram contato. A roupa escura não é usada pela firma. Por cautela, evitamos citar o nome da empresa, até que haja apuração desse fato.
O caso mais recente guarda semelhanças com os demais. “infelizmente também aconteceu comigo no Boa Vista, na rua Arthur Queiroga. Ele perguntou onde ficava uma escola que nem me recordo o nome e quando olhei ele já estava se tocando, muito constrangedor. Contei ao meu esposo, mas infelizmente não anotei a placa, só pensei sair dali o mais rápido possível. A Polícia tem que pegar logo esse maníaco. Revoltante!!!!!”, desabafa.
Outubro de 2017 – Após um longo período, o maníaco sexual volta a aparecer. A primeira vítima é S. (por questões de privacidade não serão revelados os nomes das vítimas). Ela está na Rua Professor Abeylard, sábado, dia 14, por volta das 18h. Aparece um homem em um carro branco. Ele pergunta como se faz para chegar ao Hospital Nossa Senhora das Graças . “Aconteceu o mesmo comigo”, diz a jovem. “Eu estava andando pela rua Professor Abeylard quando fui abordada por um homem pedindo informações sobre o Hospital Nossa Senhora das Graças e o (bairro) JK. Ele me pediu as informações, ofereceu carona para o JK ou para qualquer lugar que eu estivesse indo e , logo em seguida, abaixou o vidro do carro e vi que estava se masturbando”, revela a vítima.
Ela tem certeza que nunca viu o homem antes e que não parece ser morador do bairro ou da região. Um dos repórteres do Megacidade mostra a S. uma das matérias exclusivas feitas em maio deste ano. Ela lê e confirma a semelhança dos fatos: “É isso mesmo.”
O homem fugiu, mas o trauma ficou. “Eu não consigo dormir à noite, com a "cena" me perseguindo. Choro a qualquer momento, só de relembrar o ocorrido. Assim que ele saiu acelerado com o carro, eu fiquei em estado de choque. Não conseguia andar, e quando consegui fui bem devagar e desesperada. Não sei como isso ainda acontece! Na verdade sei, é essa cultura machista que cala todas as mulheres! Sempre temos medo de realmente fazer um escândalo, por diversas razões. E eu queria muito poder encorajar todas as vítimas a fazerem também o seu ESCÂNDALO, para colocar um fim a toda essa violência que nos persegue”, desabafa.
O relato de S. está sendo publicado agora, dia 19 de outubro. Portanto, não era de conhecimento público. Mas, logo em seguida, dia 17, a mãe de uma adolescente faz contato com o site e denuncia o mesmo caso. O relato da adolescente: “foi na Rua Quintino Bocaiúva, perto da imobiliária na esquina. A cor do carro era branca. A cor do uniforme dele era preta. Não sei bem se era um uniforme, era uma blusa preta. Tinha uma palavra que começava com pro, que era branco. O horário? Eram mais ou menos 16h30, 16h40, 17h.”
No dia seguinte ao fato, a mãe prestou queixa na Delegacia de Polícia Civil. Em contato com a Assessoria de Comunicação do 25º Batalhão da Polícia Militar, o Megacidade recebeu a informação de que não há nenhuma queixa formalizada, mas orienta a procurar a Polícia Civil que pode ter algum caso em investigação.
Mín. 15° Máx. 29°