Dois seguranças suspeitos de envolvimento na morte do fisiculturista Allan Pontelo foram presos nesta terça-feira (24), em Belo Horizonte. A informação foi confirmada pelo advogado Ércio Quaresma, que defende a empresa que faz a segurança da casa noturna onde o jovem foi morto.
Allan Pontelo, de 25 anos, foi morto após uma confusão na boate Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, Região Oeste de Belo Horizonte, no dia 2 de setembro. Militares foram chamados ao local porque ele estaria portando drogas. Contudo, o corpo dele apresentava sinais de violência e um amigo relatou agressões. Parentes afirmaram que Allan foi espancado por seguranças.
De acordo com Ércio Quaresma, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão nas casas dos dois seguranças na manhã desta terça-feira (25). Para o advogado, a prisão dos dois homens é desnecessária. A Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em Belo Horizonte, para onde eles foram levados, disse que não vai comentar a prisão.
Ainda segundo Quaresma, a defesa contratou uma empresa de perícia para avaliar o laudo de necropsia, que negou a existência de substâncias ilícitas e de álcool no corpo do fisiculturista. O mesmo exame apontou a existência do anestésico cetamina, substância de uso exclusivo em cirurgia e que pode causar alucinações. Para o advogado, há questões que não foram elucidadas no laudo.
Allan Pontelo morreu após confusão na boate Hangar 677. Um amigo relatou que ele foi agredido por seguranças.
O corpo de Allan apresentava escoriações, manchas de sangue nos pés e na. Uma correntinha usada por ele também estava suja de sangue. A calça e a blusa estavam rasgadas.
De acordo com o tenente Jerry Adriane de Abreu, que atendeu a ocorrência, seguranças disseram que o rapaz portava cocaína e ecstasy e ficou muito agitado ao ser abordado. Ainda conforme o militar, falaram também que Allan teria ingerido substância entorpecente e pode ter falecido após ataque cardíaco.
Há também a versão de um amigo da vítima que relata que o jovem foi abordado por três seguranças e levado para um local isolado, conforme o militar.
No boletim, o responsável pela equipe de segurança afirma que, ao ser abordado, Allan correu, pulou grades e caiu ao solo desacordado, segundo a PM.
A polícia informou que seguranças entregaram uma embalagem com drogas afirmando que foi encontrada com a vítima. Junto ao corpo, não havia qualquer tipo de droga, conforme a polícia. Os militares também disseram que, quando chegaram ao local, uma equipe médica tentava reanimar Allan.
À época da morte, Ércio Quaresma afirmou que a abordagem dos seguranças foi motivada por uma denúncia de que Allan estaria vendendo ou consumindo drogas. O rapaz teria tentado fugir correndo e caiu ao pular uma grade, tendo uma parada cardiorrespiratória na sequência.
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