Vendido em pequenos volumes, fácil de ser transportado – inclusive pelos Correios – e com alto valor em baladas, o ecstasy volta a desafiar autoridades policiais. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que, entre janeiro e maio deste ano, as ocorrências com apreensão de ecstasy aumentaram 59%, de 77 para 123 em Minas. Em Belo Horizonte, os registros mais que dobraram: saltaram de 24 para 51, alta de 112,5%. Ontem, um promoter que atuava em casas noturnas da capital foi preso pela Polícia Civil em Sabará (Grande BH) acusado de vender a droga na noite. A Polícia Civil afirmou ter apreendido 3,8 mil comprimidos, avaliados entre R$ 140 e R$ 200 mil.
Casos como o de ontem, além de apreensões feitas no Aeroporto de Confins e no interior do estado, acenderam o alerta entre investigadores das polícias civil e federal. Na terça-feira, quatro pessoas foram detidas em São João del-Rei, no Campo das Vertentes, acusadas de comercializar ecstasy e outras substâncias em casas noturnas, festas de repúblicas universitárias e exposições agropecuárias. Em fevereiro, mais de 3 mil pílulas de ecstasy foram encontradas com um jovem de 22 anos em Juiz de Fora (Zona da Mata). Há dois meses, a Polícia Federal e a Receita Federal fizeram a maior apreensão do ano no aeroporto: nove quilos de metilenodioximetanfetamina (MDMA), princípio ativo do ecstasy foram encontrados em duas malas com fundo falso, com um homem, de 40 anos, que desembarcou de um voo procedente de Portugal.
“Com a quantidade apreendida, seria possível produzir mais de 100 mil comprimidos da droga, o que equivale a milhões de reais”, afirma o chefe da Polícia Federal em Confins, delegado Flávio Braga. Em março, outros 60 mil comprimidos de ecstasy foram apreendidos no aeroporto. A droga foi encontrada com uma passageira, de 29 anos, uma paulista que viajava da Holanda para o Brasil, passando pela Bélgica e Portugal. “O tráfico de drogas sintéticas tem aumentado no Brasil inteiro e em Minas e isso tem aparecido mais nas apreensões. Este é um tipo droga difícil de ser identificada porque, diferentemente de outros entorpecentes, como cocaína, pode ser transportada em pequenas quantidades e ocultadas nas bagagens ou em malotes de correio”, afirma.
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